Hoje é domingo, dia de baldeação e de engrossar-me devagar. Como sempre a realidade encarrega-se de desfazer planos mais depressa do que os alísios levam o fumo de um cigarro: não há energia na marina (ou na cidade, não sei) e sem ela não tenho pressão. Fica para amanhã. Quanto à segunda parte do programa não sei, ainda é muito cedo.
Nene quer - finalmente - usar a sua lancha para me ajudar a passar o ferro à popa. Esperei três dias pelo Adolfo e ontem fizemo-lo mas mal. Tenho de o puxar mais para barlavento. Agora só falta o empregado do Nene. A continuar assim nem quando me for embora tenho o ferro no lugar.
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Começo o dia a descarregar música de uma compositora portuguesa que descobri ontem. Chama-se Ana Cordeiro Reis (ou Hyeana Fierling Reich, nome que de todo não me seduz) e faz música contemporânea, experimental, "alquímica" como ela lhe chama. É boa música, qualquer que seja o rótulo. Enquanto faço os downloads (uma maratona, para quem como eu não está habituado) converso com ela e oiço as faixas que vão sendo descarregadas.
É uma música paradoxal: leva-me a "passear pelas paisagens interiores" (a expressão é da autora) e faz-me feliz. É uma música telúrica, "abismal", apaziguadora.
Podem ouvir os discos aqui. Ou, melhor ainda, fazer uma procura no Google.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.