7.6.15

Diário de Bordos - Isla San Andrés, Colômbia, 06-05-2015

Um dia quase: tudo está quase pronto; e longo, cansativo e produtivo. Andam muitas vezes juntos os quatro, verdade seja dita.

Foi um bom dia. Fez-me pensar naquela velha piada do miúdo que diz à mãe "Quando for grande quero ser marinheiro". A senhora responde "vais ter que escolher, meu filho". Eu reconheço que há uma grande infantilidade em gostar desta vida, construída à base de inesperados, improváveis e maravilhas. Mas há também uma grande dose de bom senso: qualquer marinheiro sabe que em dez dias nove são maus e um é bom. E esse dia não se troca por nada neste mundo porque nada neste mundo se lhe aproxima sequer.

Isto é bom senso, não é infantilidade.

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Claro que - como sempre - há que pôr um bemol: tinha reservado a segunda-feira para fazer as últimas compras e hoje soube que é feriado. Não quero largar muito tarde - posso ter de voltar para trás e não quero entrar aqui à noite se tal for o caso - e portanto o tão festejado ETD terça-feira está um pouco menos seguro.

Mas manda o bom senso que fique contente na mesma: afinal quarta-feira ainda é dois dias antes do ETD que eu tinha em mente como referência (e que sabia não seria cumprido).

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Ir para o mar numa embarcação na qual não se tem confiança é cansativo: a confiança circula num sistema de vasos comunicantes e quanto menos a temos num barco mais precisamos dela em nós.

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Hoje o Presidente da Colômbia esteve na ilha. Não sei se é por isso, mas a atmosfera está eléctrica, insuportável, agressiva. Ou talvez seja por haver fim-de-semana grande. Não sei.

Mas sei que estou contente por ter trazido as aspirinas. Ao contrário do habitual os mojitos e o DV não chegam para me isolar.

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