11.7.15

Bitter End, Intendente

Ontem pus a máscara. Estava meio grosso. Não: talvez um bocadinho mais. Cinco oitavos grosso. Onze dezasseis avos no máximo. É preciso ser-se preciso nas medições da grossura. Uso o sistema imperial porque estava nas Ilhas Virgens Americanas. Cinco oitavos grosso, um calor de derreter a merda na praia e humidade a condizer. Estava em Norman Island no bar onde as senhoras jovens gostam de pôr as mamas ao léu e eu de as ver.

É importante ver mamas e perceber-lhes as formas. Pontiaguadas, em forma de pêra ou maçã ou melancia... Como o vinho, em mais simples. Ontem não havia mamas ao léu e aproveitei para ir nadar. (Na verdade as formas das mamas são-me profundamente indiferentes desde que as veja a abanar por cima de mim e as possa amparar para não se estragarem, mas isto não posso dizer, sob pena de ser considerado um selvagem bruto e lúbrico, como já fui tantas vezes).

Havia duas miúdas chinesas, giras, com mamas ovos estrelados. Fartei-me de falar. Quando estou um pouco acima de meio grosso falo. Se querem ver-me calado é fácil: ou me engrossam completamente ou nada. Até cinco dezasseis avos; mais do que isso e começa a diarreia verbal a dar-me. As miúdas eram bem educadas e ouviram-me até à primeira oportunidade de se porem a andar. Ali é complicado porque é preciso um dinghy e elas não tinham. Alguém as deixara lá e fora para o restaurante na praia.

Depois de elas se irem embora fui tomar banho. A seguir peguei no dinghy e fui lá para fora fingir que morria.

Não morri. Na volta passei perto de um X 50. As miúdas dos ovos estrelados estavam no cockpit aos beijos uma à outra.

Em Bitter End  comi uma delas,  numa rede na praia. Mas isso foi depois. Ou antes? Não sei. Lembro-me de que eram irmãs. Pelo menos foi o que me disseram. "Nunca passamos disto", explicou-me uma delas. "Uns beijinhos na boca, umas carícias nas mamas..." "Ovos mexidos", pensei. Mas não lhe disse nada. Não teria percebido e se percebesse se calhar não gostaria.

Eram novas, muito mais novas do que eu. Acho, não sei. Não lhes perguntei a idade. Comi uma delas na rede, a olhar para o recife. Estávamos os dois a olhar para a mesma coisa, mas disse-lhe que não. Era muito longe para nadarmos até lá. A irmã agradeceu. Estava sentada no chão ao nosso lado. Pareceu-me que estava chateada. Não sei e na verdade não quero saber.

Acordei no Intendente, com a puta a abanar-me:"acorda, caralho". Era feia como as cobras e cheirava mal. Paguei-lhe - contei a massa; não faltava nada - vesti-me e vim-me embora. Parecia um senhor sério outra vez. É por isso que gosto da máscara e de estar um bocadinho mais do que meio grosso.

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