A Marina de Shelter Bay continua a borrada que sempre foi; está só ligeiramente pior. Surpreendente, quando se pensa na pouca entropia de que aquilo precisa para ficar muito pior.
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Mil e cem milhas num X-50 com dez anos e super bem mantido (à bolina, é certo. Mas não se pode ter tudo), com uma tripulante que até agora tem superado todas as minhas expectativas, trabalho em perspectiva logo a seguir.
Se há dois anos alguém me dissesse que um dia estaria nesta situação tê-lo-ia mandado dar uma volta ao bilhar grande, pentear macacos ou pelo menos não gozar com a miséria alheia.
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Novembro é o mês das independências do Panamá. "Temos três", diz o senhor do hostel a uma jovem francesa, num inglês impecável. "Uma de Espanha, outra da Colômbia..." Olho para ele. Sei que vai dizer "e outra dos Estados Unidos" mas pára a tempo. "Enfim, duas".
As independências do Panamá (e a dos outros países latino-americanos, de resto) não é tema que se possa tratar pelas teclas virtuais do meu telefone, muito menos inteligente do que a maioria das pessoas diz.
Mas é um tema interessante e já aqui aconselhei duas leituras particularmente úteis: o Manual do perfeito imbecil sul-americano e Do bom selvagem ao bom revolucionário.
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Despedi-me de Lisboa em grande: desci a avenida da Liberdade a toda a liberdade, fui ao Chiado, ao Rossio, almocei na Merendinha do Arco, louvado seja Deus. Não há ateísmo que resista àquela feijoada, àqueles torresmos, àquela aguardente. Fui ao Terreiro do Paço, tirei fotografias com o telefone no Cais das Colunas, voltei para casa pela Almirante Reis. Jantei no Tambarina e bebi um copo no Viagem.
Uma minúscula fracção de Lisboa e já a alma se satisfaz.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.