A menos que as faça em caril. Não sei ainda. Elas já ali estão, descongeladas e à espera de que eu me levante, este vento deita-me tão abaixo. Ando cansado o dia todo, não imagina a vizinha. Só me apetece estar deitado e consigo na cama, desculpe a sinceridade.
Pena estarmos tão longe. Batia-lhe à porta, olá se não batia.
Olhe, vou às lulas. Tenha um bom Natal, vocemecê e esse vadio do seu marido. Já está em casa ou ainda está pela taberna a fazer olhos de carneiro mal morto àquela rameira da Idalina, não me leve a mal dizer-lhe mas a vizinha sabe que é verdade.
A culpa é dela, não pode ver um par de calças que não queira deitar a mão ao que lá vem dentro. E depois só se interessa pelos homens da cintura para baixo. O resto é-lhe igual ao litro.
Já jantou? Eu já. Acabei por grelhar as lulas, não ando com paciência para grandes cozinhados. Rosé do Sul de França e aquele rapaz do cavaquinho a acompanhar. É agradável, leve e sempre muda das americanices.
Quem está desesperada é a espanhola, coitada. Quer música alegre. Mas eu só tenho da outra, da boa. Claro que podia arrefinfar-lhe com os Carmina Burana, mas não me apetece. Ela que se desenrasque. A rapariga é simpática e até ajuda, mas eu so me lembro de si, desculpe-me a vizinha mas é verdade.
É coisa da idade, acho eu. Ou do feitio. Ir para a cama com ela não valeria o tempo de conversa que levaria, se tivesse vontade. Ando parco com as palavras ou então são elas que fogem de mim. Tudo foge, porque não as palavras?
Ah, vizinha, vizinha. O que eu me lembro de si. Olhe, estou para aqui escarrapachado na varanda, está vento e quase frio e eu cheio de vontade de ir para a cama mas comi de mais e depois ponho-me a pensar em si e olhe não sei que lhe diga.
Ainda bem que a vizinha não lê estas coisas, isto é segredo meu, é uma carga que eu carrego para onde quer que vá e ninguém a vê.
Deu-me para isto, não sei se é da idade se do feitio.
A culpa é dela, não pode ver um par de calças que não queira deitar a mão ao que lá vem dentro. E depois só se interessa pelos homens da cintura para baixo. O resto é-lhe igual ao litro.
Já jantou? Eu já. Acabei por grelhar as lulas, não ando com paciência para grandes cozinhados. Rosé do Sul de França e aquele rapaz do cavaquinho a acompanhar. É agradável, leve e sempre muda das americanices.
Quem está desesperada é a espanhola, coitada. Quer música alegre. Mas eu só tenho da outra, da boa. Claro que podia arrefinfar-lhe com os Carmina Burana, mas não me apetece. Ela que se desenrasque. A rapariga é simpática e até ajuda, mas eu so me lembro de si, desculpe-me a vizinha mas é verdade.
É coisa da idade, acho eu. Ou do feitio. Ir para a cama com ela não valeria o tempo de conversa que levaria, se tivesse vontade. Ando parco com as palavras ou então são elas que fogem de mim. Tudo foge, porque não as palavras?
Ah, vizinha, vizinha. O que eu me lembro de si. Olhe, estou para aqui escarrapachado na varanda, está vento e quase frio e eu cheio de vontade de ir para a cama mas comi de mais e depois ponho-me a pensar em si e olhe não sei que lhe diga.
Ainda bem que a vizinha não lê estas coisas, isto é segredo meu, é uma carga que eu carrego para onde quer que vá e ninguém a vê.
Deu-me para isto, não sei se é da idade se do feitio.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.