Amanhã vou-me embora. Ansiava por este momento e, como sempre, pergunto-me como quero parar, se a cada partida fico assim. A resposta é fácil: em primeiro lugar não quero parar completamente de navegar. Quero diminuir. E por outro quero fazer coisas de que gosto e me preenchem tanto como navegar, de maneira estar em terra não vai ser difícil. Vai ser tão bom como estar no mar, só que menos.
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O mau tempo passou. Hoje à tarde quando me levantei o céu era uma mistura de azul quase todo e ao longe o caos nebuloso da perturbação que andou por aqui estes dias. Amanhã vai ser motor de novo até ao cabo Nao. A seguir teremos vento - primeiro contra e depois a favor -.
Se a previsão se confirmar passamos Gibraltar com um levante de 30 nós. Não posso esperar. Sete ou oito dias até ao Funchal. Jurei a mim mesmo que nunca mais passaria o estreito com vento contra e tenciono respeitar essa promessa.
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Alguém me faz ver que tenho mais defesas do que uma manada de elefantes. Tenho pensado muito nisso. E algo me diz que vou continuar a pensar...
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Vou com a tripulação jantar ao Molta Barra. Tentei lá ir uma vez mas estava demasiado cheio. A próxima vez que vier a Palma estou pronto para descobrir novas moradas. Esta ainda foi um pouco romaria: Antiquari, 5ª Puñeta, Café Verde, Indico... E El Puente, claro, que não conhecia mas ficou da família.
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E é isto. E é muito. Cada dia mais e melhor. A minha mente já está do lado de lá do canal do Panamá. Anda sempre à frente ou atrás. Um dia vai aprender a andar ao lado, que também é bom.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.