É como ter-te amado: o problema foi começar. Agora não sei desamar-te e mesmo que soubesse pouco provável seria que o quisesse. Talvez. Pouco importa: o problema não se põe.
Imagina um comboio nos carris, os boogies a fazerem aquele barulho ritmado, condutor atento ao caminho. Ba-dam ba-dam; ba-dam ba-dam.
Não é isto. Pouco importa. O comboio não vai parar tão cedo. Concentra-te no essencial: respirar. Ver com olhos de ver. Ouvir.
Tudo começou com a história de um bêbedo que morreu duas vezes e acabou com outro que nunca viveu. Importa pouco. Ver, respirar e ouvir não têm passado. Não podes respirar ontem, ouvir-te antes de ontem, ver-me. Mesmo que o quisesses.
É difícil desamar alguém. Requer treino e persistência. E tempo, claro. Vontade. Um sem fim de coisas para te desamar simplesmente e te desamar, simplesmente.
Arar-te o corpo fértil e feliz. Desamar-te. Pouco importa. Ponto final.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.