Da mão que agarra a espiga nada se sabe. Sabemos da espiga: um dia será pão, outro cerveja, outro ainda semente. Ou será nada: quedar-se-á onde está, secará, cairá. Já da mão não sabemos. "Toca e sente a textura". Qual textura? A da espiga? A do mundo que essa espiga poderá ser um dia?
A mão que agarra a espiga agarra-se à espiga? Não sabemos. Sente a textura do tempo; terna, a mão aperta hoje o que será amanhã, o que foi ontem. Firme. A caminho da espiga. A caminho do mundo.
A espiga vive na pele do mundo. E a mão?
(Para a A. C.)
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.