Um gajo sai de bordo sem um plano preciso, exceptuando sair de bordo. Era a única coisa clara.
Acaba mal, claro. Palminhei quilómetros por ruas que me fizeram pensar na África do Sul (têm casas, mas parecem desertas), comprei o que precisava no Walmart mas em duas vezes. Da primeira esqueci-me de parte das coisas - por coincidência as mais importantes e urgentes -, esperei horas por autocarros que não aparecem nunca (pequeno vislumbre: um dos condutores era simpático), almocei maravilhosamente apesar de um episódio com o piripiri e voltei para bordo exausto e a precisar de um duche.
Só atendi à primeira condição. O duche fica para depois. Para quando acabar de ouvir os álbuns todos do Cohen que tenho gravados.
É a minha forma de dizer que me estou nas tintas para o Nobel do outro. Este também (digo também porque não conheço Dylan o suficiente para dizer outra coisa) o mereceria. Deitado, peganhento (a solidão tem coisas boas) cansado e feliz. Não vai durar muito: as duzentas e cinquenta músicas que tenho gravadas dele vão acabar, a necessidade de um duche vai impor-se.
Mas isto é de aproveitar enquanto dura. Chama-se abandono e é uma das formas da liberdade.
Acaba mal, claro. Palminhei quilómetros por ruas que me fizeram pensar na África do Sul (têm casas, mas parecem desertas), comprei o que precisava no Walmart mas em duas vezes. Da primeira esqueci-me de parte das coisas - por coincidência as mais importantes e urgentes -, esperei horas por autocarros que não aparecem nunca (pequeno vislumbre: um dos condutores era simpático), almocei maravilhosamente apesar de um episódio com o piripiri e voltei para bordo exausto e a precisar de um duche.
Só atendi à primeira condição. O duche fica para depois. Para quando acabar de ouvir os álbuns todos do Cohen que tenho gravados.
É a minha forma de dizer que me estou nas tintas para o Nobel do outro. Este também (digo também porque não conheço Dylan o suficiente para dizer outra coisa) o mereceria. Deitado, peganhento (a solidão tem coisas boas) cansado e feliz. Não vai durar muito: as duzentas e cinquenta músicas que tenho gravadas dele vão acabar, a necessidade de um duche vai impor-se.
Mas isto é de aproveitar enquanto dura. Chama-se abandono e é uma das formas da liberdade.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.