"Quando tinha crises de depressão..." A frase ocorreu-me para princípio de um post: "quando tinha crises de depressão costumava dizer..."
Não sei exactamente onde classificar isto. Tinha? No pretérito imperfeito, como se as crises depressivas fossem uma espécie de comichão que me dava por causa da idade ou da picada de um mosquito que só havia naquele estranho país que o passado é. Como se não estivessem aí à esquina, como se a avenida da Liberdade que tem sido a minha morada desde... sei lá, talvez os dezoito anos? Talvez menos, até... estivesse isenta de esquinas obscuras, precipícios vários, monstros salivantes.
No tempo em que tinha crises de depressão é uma patetice, um amuo do meu sentido da realidade, uma escorregadela. Não tem sequer nobreza suficiente para ser um simples e tão frequente em mim excesso de optimismo.
Ao diabo. Há poucas razões para não vir de novo a ter uma daquelas depressões que me faziam sentir mastigado por uma gárgula bêbeda num jardim de urtigas regadas a ácido sulfúrico.
Hão-de voltar, eu sei. Espero simplesmente que se lembrem desta noite de lua quase cheia, vento fresco, em que um marinheiro saiu do seu beliche e se sentou no cais junto de uma tomada elétrica para poder escrever no seu telefone descarregado "quando tinha crises de depressão" sem se rir de si próprio.
Não sei exactamente onde classificar isto. Tinha? No pretérito imperfeito, como se as crises depressivas fossem uma espécie de comichão que me dava por causa da idade ou da picada de um mosquito que só havia naquele estranho país que o passado é. Como se não estivessem aí à esquina, como se a avenida da Liberdade que tem sido a minha morada desde... sei lá, talvez os dezoito anos? Talvez menos, até... estivesse isenta de esquinas obscuras, precipícios vários, monstros salivantes.
No tempo em que tinha crises de depressão é uma patetice, um amuo do meu sentido da realidade, uma escorregadela. Não tem sequer nobreza suficiente para ser um simples e tão frequente em mim excesso de optimismo.
Ao diabo. Há poucas razões para não vir de novo a ter uma daquelas depressões que me faziam sentir mastigado por uma gárgula bêbeda num jardim de urtigas regadas a ácido sulfúrico.
Hão-de voltar, eu sei. Espero simplesmente que se lembrem desta noite de lua quase cheia, vento fresco, em que um marinheiro saiu do seu beliche e se sentou no cais junto de uma tomada elétrica para poder escrever no seu telefone descarregado "quando tinha crises de depressão" sem se rir de si próprio.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.