"Eles desembarcam com as Bíblias nas mãos, mas depois é so matar e pôr bombas". A citação não é verbatim, mas o erro literário-religioso sim. Juan refere-se aos imigrados "árabes e africanos" que a Europa acolhe, segundo ele erradamente. "É o que acontece quando fazes o bem" - a imprecisão na transcrição permanece, mas o sentido está cem por cento correcto -. Juan faz uma pausa e continua: "é por isso que o Reino Unido fez aquilo" (ipsis verbis, desta vez).
De passagem e por detrás dele ouvi uma rádio afirmar (verbatim) "esta é a única maneira santa de pensar". Não sei a que se referia o locutor, mas gostei da coincidência. Os proselitistas religiosos mentem até nas coincidências.
Não fiquei muito tempo no "restaurante" do Juan. A verdade é que só lá vou porque não há aternativas, apesar de o burrito de hoje ter sido bastante melhor do que o de ontem. Mas comer numa bomba de gasolina, por muito interessante que seja do ponto de vista antropológico e humano - Juan é pleonasticamente simpático, já por aqui o disse - é cansativo.
Ontem ao fim do dia fui ao centro de West Palm. A rua Clematis é a rua dos cafés e restaurantes. Há para todos os gostos, mas achei-os todos tristes. Talvez a culpa seja minha. É, quase de certeza.
........
Não sei como se chama o dono da estação de serviço, mas sei que é bangladeshi. "Quase todas as lojas deste tipo (nós chamamos-lhes lojas de conveniência) e bombas de gasolina pertencem a bangladeshis", explica-me. Respondi-lhe que em Portugal as lojas também são de conveniência e também pertencem a bangladeshis.
Um povo conveniente, sem dúvida.
.......
Hoje começa o trabalho a sério: acabar de lavar a roupa, limpar o barco, ver porque não tenho corrente no salão, encher os tanques de água, encomendar peças à Catana, ver qual a melhor maneira de pôr o degrau à proa do lado de estibordo, ferrar a bomba da casa de banho de estibordo, fixar as mesas do salão e do cockpit, fazer a lista de compras no shipchandler, fixar o encontro com o comprador de bitcoins e por aí fora. Como mulher a dias não sou grande coisa, mas no resto safo-me, vá lá.
De passagem e por detrás dele ouvi uma rádio afirmar (verbatim) "esta é a única maneira santa de pensar". Não sei a que se referia o locutor, mas gostei da coincidência. Os proselitistas religiosos mentem até nas coincidências.
Não fiquei muito tempo no "restaurante" do Juan. A verdade é que só lá vou porque não há aternativas, apesar de o burrito de hoje ter sido bastante melhor do que o de ontem. Mas comer numa bomba de gasolina, por muito interessante que seja do ponto de vista antropológico e humano - Juan é pleonasticamente simpático, já por aqui o disse - é cansativo.
Ontem ao fim do dia fui ao centro de West Palm. A rua Clematis é a rua dos cafés e restaurantes. Há para todos os gostos, mas achei-os todos tristes. Talvez a culpa seja minha. É, quase de certeza.
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Não sei como se chama o dono da estação de serviço, mas sei que é bangladeshi. "Quase todas as lojas deste tipo (nós chamamos-lhes lojas de conveniência) e bombas de gasolina pertencem a bangladeshis", explica-me. Respondi-lhe que em Portugal as lojas também são de conveniência e também pertencem a bangladeshis.
Um povo conveniente, sem dúvida.
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Hoje começa o trabalho a sério: acabar de lavar a roupa, limpar o barco, ver porque não tenho corrente no salão, encher os tanques de água, encomendar peças à Catana, ver qual a melhor maneira de pôr o degrau à proa do lado de estibordo, ferrar a bomba da casa de banho de estibordo, fixar as mesas do salão e do cockpit, fazer a lista de compras no shipchandler, fixar o encontro com o comprador de bitcoins e por aí fora. Como mulher a dias não sou grande coisa, mas no resto safo-me, vá lá.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.