31.12.16

Da tautologia, sempre

Não é por azar que as pessoas não têm dinheiro. É ao contrário: a quem não tem carcanhol os azares sucedem-se como navios em linha, ou - imagem mais contemporânea e quiçá menos bela, mas compreensível para mais leitores - carruagens de metro (refiro-me aos metros que funcionam. Não ao de Lisboa). Claro que a questão de saber porque é que não se tem massa fica tão em aberto como a da origem das coisas para um ateu.

É assim que a deixo: aberta. Deve de resto haver várias respostas, contrariamente a sabermos de onde vêm as estrelas, que só tem uma consoante se acredita em Deus ou não. Se bem no meu caso seja evidente: a razão pela qual não consigo nunca ter dinheiro é não conseguir ter dinheiro senão às vezes.

Vezes essas que se diluem no sempre com uma facilidade desconcertante. Como todos sabemos, a linha que separa o sempre do nunca é ténue, quase invisível. 

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