Uma vez vi um jogo de rugby. Até aqui nada de especial. É esperar, por favor. Os jogadores eram camelos. Quero dizer: camelos a sério. Literais. Isto não é uma metáfora para um jogo de rugby entre membros do governo. Eram camelos.
Foi um jogo animado. Os camelos faziam placagens (?) uns aos outros deitando-se com o ventre sobre as bossas do que estava por baixo.
Era giro ver aquilo, mas um bocado chato porque foi num país do Médio Oriente e não havia cerveja. Consigo passar imenso tempo sem cerveja (ainda ontem passei quase duas horas) mas durante uma partida de rugby é difícil.
À saída um árabe abordou-me. Estava bem vestido, era educado. Perguntou-me se eu tinha gostado do jogo. Eu disse-lhe que sim, admirei a rapidez e a destreza dos camelos. O árabe concordou. Depois mudou de conversa e perguntou-me (muito educadamente) se eu queria fazer sexo com ele. Disse lhe "não, obrigado". "Olhe que devia experimentar. É muito agradável, sabe?" "Não duvido. Mas prefiro fazê-lo com mulheres". "Compreendo. Eu também gosto, de vez em quando. Mas nem sempre. Prefiro com homens. Leu aquela apologia do sexo homossexual que a Yourcenar faz nas Memórias? Não? É muito boa. Faz ela o Adriano dizer que gosta de fazer sexo com um homem porque sabe exactamente o que ele está a sentir".
"Pois eu prefiro o mistério de dois seios túrgidos, uma vagina bem molhada, quente, acolhedora", respondi. "Aliás na mesma sequência ela diz exactamente isto sobre o sexo heterossexual". "Verdade. Adriano apreciava os dois lados da questão, como eu. Olhe, tenha uma boa tarde. Desculpe-me, ficaria de bom grado a falar consigo mas preciso absolutamente de encontrar um parceiro. Há mais de uma semana que não tenho sexo e custa-me muito".
"Boa tarde. Boa sorte". Irra, coitado do homem. Eu passo meses, às vezes anos sem sexo e não me custa nada. Não tem a ver com a idade. Quando era novo acontecia-me a mesma coisa. O corpo de uma mulher interessa-me menos do que a mulher propriamente dita. Sempre foi assim.
Uma vez tentei namorar com uma senhora estúpida, mas não funcionou. Não conseguia pôr o membro em estado operacional. Enfim, verdade seja dita que não tentei muito tempo. De manhã fui-me embora de casa dela pedindo-lhe desculpa e dizendo que lhe telefonaria mais tarde. Nunca mais liguei. Ela sim, duas ou três vezes, mas não sei seguimento. Disse-lhe que não sim mas também.
Hoje estava a lembrar-me do jogo de rugby e da estranha conversa do árabe e resolvi fazer a mesma pergunta à senhora que estava ao meu lado ao balcão da cervejaria.
Disse-me que não e eu respondi a mesma coisa que o árabe: "devia experimentar, sabe? É muito agradável".
(A história do árabe foi-me contada hoje pelo F. C., que vive no Qatar. Aqui fica o meu obrigado).
Foi um jogo animado. Os camelos faziam placagens (?) uns aos outros deitando-se com o ventre sobre as bossas do que estava por baixo.
Era giro ver aquilo, mas um bocado chato porque foi num país do Médio Oriente e não havia cerveja. Consigo passar imenso tempo sem cerveja (ainda ontem passei quase duas horas) mas durante uma partida de rugby é difícil.
À saída um árabe abordou-me. Estava bem vestido, era educado. Perguntou-me se eu tinha gostado do jogo. Eu disse-lhe que sim, admirei a rapidez e a destreza dos camelos. O árabe concordou. Depois mudou de conversa e perguntou-me (muito educadamente) se eu queria fazer sexo com ele. Disse lhe "não, obrigado". "Olhe que devia experimentar. É muito agradável, sabe?" "Não duvido. Mas prefiro fazê-lo com mulheres". "Compreendo. Eu também gosto, de vez em quando. Mas nem sempre. Prefiro com homens. Leu aquela apologia do sexo homossexual que a Yourcenar faz nas Memórias? Não? É muito boa. Faz ela o Adriano dizer que gosta de fazer sexo com um homem porque sabe exactamente o que ele está a sentir".
"Pois eu prefiro o mistério de dois seios túrgidos, uma vagina bem molhada, quente, acolhedora", respondi. "Aliás na mesma sequência ela diz exactamente isto sobre o sexo heterossexual". "Verdade. Adriano apreciava os dois lados da questão, como eu. Olhe, tenha uma boa tarde. Desculpe-me, ficaria de bom grado a falar consigo mas preciso absolutamente de encontrar um parceiro. Há mais de uma semana que não tenho sexo e custa-me muito".
"Boa tarde. Boa sorte". Irra, coitado do homem. Eu passo meses, às vezes anos sem sexo e não me custa nada. Não tem a ver com a idade. Quando era novo acontecia-me a mesma coisa. O corpo de uma mulher interessa-me menos do que a mulher propriamente dita. Sempre foi assim.
Uma vez tentei namorar com uma senhora estúpida, mas não funcionou. Não conseguia pôr o membro em estado operacional. Enfim, verdade seja dita que não tentei muito tempo. De manhã fui-me embora de casa dela pedindo-lhe desculpa e dizendo que lhe telefonaria mais tarde. Nunca mais liguei. Ela sim, duas ou três vezes, mas não sei seguimento. Disse-lhe que não sim mas também.
Hoje estava a lembrar-me do jogo de rugby e da estranha conversa do árabe e resolvi fazer a mesma pergunta à senhora que estava ao meu lado ao balcão da cervejaria.
Disse-me que não e eu respondi a mesma coisa que o árabe: "devia experimentar, sabe? É muito agradável".
(A história do árabe foi-me contada hoje pelo F. C., que vive no Qatar. Aqui fica o meu obrigado).
Sem comentários:
Enviar um comentário
Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.