4.4.17

Saúde, transportes públicos

Dia de tratar de mim. Dois hospitais em Lisboa e um Centro de Saúde em Cascais. Tudo ou despachado ou em vias de. Tudo - incluindo uma das consultas e respectivas receitas - podia ter sido feito por telefone.

Uma boa bitola de comparação: quando isto acabar terei passado mais tempo em transportes públicos do que nos hospitais e serviços de saúde.

Felizmente temos um governo e uma autarquia (em Lisboa) socialistas e os transportes colectivos públicos são uma das suas prioridades. As outras foram o embelezamento do eixo central e a reversão das privatizações. Ninguém imagina como seriam os transportes públicos se fossem privados! E o gozo que dá ter de ir em pessoa tratar das coisas nos hospitais porque ninguém responde aos telefones e ver aquele eixo central tão bonito tão bonito que parece estamos na Europa... Também não há e-mails, outro dos métodos que as forças do obscurantismo neo-liberal iam usar para nos impedir de passar uma hora num autocarro entre a Rua da Junqueira e o Campo Pequeno. Ou três quartos dessa mesma hora num comboio para fazer um trajecto que se pode fazer em menos de meia.

É por isso que eu gosto dos socialistas: sabem definir as prioridades. Não se deixam iludir com questiúnculas ideológicas. Sabem o que é melhor para todos nós é impõem-nos essas soluções sem olhar a meios ou consequências.

É que o serviço público é melhor. No sector privado os accionistas das empresas, se querem ganhar dinheiro têm de fornecer um bom serviço. Isso é uma violência inaceitável. Os gestores públicos ganham o mesmo ou mais (e ganhar tem aqui um espectro muito vasto de significados) sem ter de se esforçar para que o serviço e adapte às necessidades das pessoas que os usam.

É mais humano e menos neo-liberal. 

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