24.6.17

Três palavras, devagar

Digo "quero-te". Digo "Amo-te". Digo "És linda". Deixo as palavras escorrerem-te na pele como se fossem os meus dedos nos teus seios, os meus lábios nos teus, os meus olhos no teu ventre: com leveza e voluptuosidade, lentidão e gozo, vagar, divagar, devagar, surpresa há tanto anunciada e esperada.

Quero-te: entram por mim as palavras que de mim saem; amo-te. Sou teu. A elas me entrego como aos teus dedos, os teus olhos, a essa maneira tão lenta que tens de sorrir.

Sorris devagar; amas devagar; vives e nessa superfície lisa do lago albergas-me, a mim e às minhas palavras simples, desajeitadas e verdadeiras.

Não sei mentir: como sou me dou. Como és te recebo.

Devagar.

Para a C. V., com amor devagar.

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.