Já aqui contei esta história, mas num contexto e por razões diferentes.
Uma vez a tripulação de um bacalhoeiro amotinou-se contra um capitão particularmente odioso. Pegou nele e pô-lo borda fora. Mas depois hesitou - há uma velhíssima e profundíssima aversão nos homens de mar a deitar pessoas vivas ao mar (o facto de os piratas não respeitarem esta tradição é uma, se bem não a única das razões do meu ódio por eles e por toda a romantização que deles se faz hoje) - e houve ali um compasso de espera. O capitão estava a metro meio de uma água onde sobreviveria dois minutos, talvez três, os homens queriam largá-lo e não conseguiam.
Até que lhes disse: "Ou fora ou dentro, seus filhos da puta, que isto não é lugar para um homem".
Os homens puseram-no dentro, levaram um arraial de pancada do qual alguns restos ainda se devem ouvir hoje nas paragens dos Grandes Bancos e o capitão ficou conhecido, desde esse dia, por Capitão Fora-ou-dentro.
É sempre bom tirar esta história da gaveta da memória onde se acantonou e pô-la a uso.
Adenda: será contudo útil esclarecer que está indecisão à qual tenho ultimamente aludido tem raízes nobres. Não sou um gajo particularmente indeciso - há até quem me tenha chamado de impulsivo, podres (são muitos) de razão -.
Uma vez a tripulação de um bacalhoeiro amotinou-se contra um capitão particularmente odioso. Pegou nele e pô-lo borda fora. Mas depois hesitou - há uma velhíssima e profundíssima aversão nos homens de mar a deitar pessoas vivas ao mar (o facto de os piratas não respeitarem esta tradição é uma, se bem não a única das razões do meu ódio por eles e por toda a romantização que deles se faz hoje) - e houve ali um compasso de espera. O capitão estava a metro meio de uma água onde sobreviveria dois minutos, talvez três, os homens queriam largá-lo e não conseguiam.
Até que lhes disse: "Ou fora ou dentro, seus filhos da puta, que isto não é lugar para um homem".
Os homens puseram-no dentro, levaram um arraial de pancada do qual alguns restos ainda se devem ouvir hoje nas paragens dos Grandes Bancos e o capitão ficou conhecido, desde esse dia, por Capitão Fora-ou-dentro.
É sempre bom tirar esta história da gaveta da memória onde se acantonou e pô-la a uso.
Adenda: será contudo útil esclarecer que está indecisão à qual tenho ultimamente aludido tem raízes nobres. Não sou um gajo particularmente indeciso - há até quem me tenha chamado de impulsivo, podres (são muitos) de razão -.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.