11.12.17

Irmandades desconhecidas

Ninguém me tira da cabeça que a Silvia Plath me conhecia como quase ninguém e me descreveu como ninguém. Ora vejam:

"...
And I am aware of my heart: it opens and closes 
its bowl of red blooms out of sheer love of me.
The water I taste is warm and salt, like the sea,
and comes from a country far away as health."

Ou então:

"... Miracles occur,
If you care to call those spasmodic
Tricks of radiance miracles. The wait's begun again,
The long wait for the angel,
For that rare, random descent."

O primeiro excerto vem de Tulips e o segundo de Black Rook in Rainy Weather, ambos in Pela Água, ed. bilingue da Assírio e Alvim, nº 25 da colecção Gato Maltês. A tradução não está à altura, na minha opinião. Creio - mas não tenho a certeza - que é uma tradução de Crossing the Water, uma antologia póstuma organizada por Ted Hughes. [Não parece].

Ainda do Tulips, um verso que confirma a minha hipótese das irmandades obscuras:

"I am nobody. I have nothing to do with explosions."

(Não digam a ninguém: a tradução é exasperante. Aqui a senhora traduziu explosions  por sobressaltos).

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