25.12.17

Uma livreira no sonho

Sonhei com uma livraria no meio do nada na Califórnia. Era uma livraria muito grande, meio em tenda meio em cimento, com uma livreira bonita e todos os livros que pedia. Não percebo porque estava na Califórnia, no meio do campo e era uma construção tão estranha, híbrida. Como se metade fosse para ir e outra metade para ficar. O sonho foi bonito e durou muito tempo. A livreira ficou, lembro-me que lhe acenei com a mão quando cheguei à porta, pouco antes de acordar.

Recordo vagamente a cara dela. Era loira, olhos azuis e tinha um daqueles barretes de Pai Natal que realça a beleza de algumas faces (poucas) e torna ridículas as outras todas. Não sei de que livros falámos ou sequer se comprei alguns.

Acordei no meu F. querido, que agora não se saracoteia. Talvez por despeito - ou mais provavelmente porque não há vento -.

Continuei deitado a modorrar. De vez em quando, entre dois sonos, tentava lembrar-me da livreira e da sua livraria híbrida no meio do nada californiano, ver se o sonho voltava. Já me aconteceu uma vez, um sonho de cowboys que durou uma semana. Cada noite um episódio novo, a continuar o anterior.

Com este da livreira não tive sorte: o sonho acabou e a única forma que tenho de o prolongar é escrevendo-o. Assim posso continuá-lo para onde quiser, mudar-lhe a parte móvel da livraria para outro sítio qualquer, comprar-lhe livros como nos sonhos.

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