3.1.18

Linha, horizonte

Era um velho pobre, miserável. Arrastava pelas ruas um cordel longo e reclamava quando alguém lho pisava. Era conhecido na vila como "O velho do cordel".

Gostava dele; falávamos muitas vezes quando nos cruzávamos no passeio perto de minha casa, eu a caminho da escola ele não sei de quê.

Ou melhor: não sabia de quê. Hoje sei. O cordel que ele arrastava preso pela cintura era a linha do horizonte. 

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