30.3.18

Cansaço

Cansaço: é a única palavra que me vem ao espírito. Estou cansado e o meu cansaço não tem nada de metafísico. É físico, pura e simplesmente físico, nada mais do que físico. Uma embarcação - seja ela de vela ou a motor - é uma bolha da qual não se sai nem quando se está a dormir. Um gajo não pára e não faz duas horas seguidas a mesma coisa - excepto quando se trata de esgotar e limpar fundos, tarefa que elegi para depois de tirar as medidas para uma capação nova e me levou quase três. Antes, as medições foram férias, apesar de ter entrado vento - de manhã estavam mais de vinte nós no porto - o meu metro ter cinco metros e ter sido preciso trabalhar a dobrar para cada medida.

Ou seja: estou cansado, tão cansado que não chego sequer a chatear-me com mais nada. O cansaço é invasivo, tem horror ao vazio, preenche os interstícios todos.

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PS - Bebendo Ricards tiram-se espaços ao cansaço.

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.