5.3.18

Decifra-me

Assim ficou a noite: uma superfície lisa, sem uma ruga, na qual se vem espraiar a lua cheia. A palma de uma mão acaricia aquela superfície, sorve-a, aparecem uma rugas pequenas, invisíveis a olho nu. Só pelo tacto sabemos que ali estão. No topo dessa vasta superfície há um rosto bonito, um sorriso franco, aberto, convidativo. Diz à mão: se me decifrares sou tua. Se me decifrares ler-te-ei nos olhos o desejo, escancar-te-ei a porta dos segredos, derramar-te-ei da Lua a luz na pele.

Precisas apenas de me decifrar.

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.