Se eu tivesse juízo poderia talvez esperar um pouco, até chegar à Babel; não tenho e não posso. O dia está horrível e vim fazer compras - a coisa mais perto da tortura que conheço a seguir a um dia sem vento no mar -. Preciso de dois pares de calças e o P. de trapos, destino que há muito espera as minhas calças actuais (é uma promoção).
Não há nada no processo das compras que me agrade, desde a entrada naquelas lojas horríveis de grande e sem um vendedor à vista (não tenho dinheiro para ir às pequenas com dois vendedores chatos, insistentes e snobs para cada cliente) até à saída entre grades anti-roubo e seguranças com cara de idiota (é a única, eu sei).
Aproveito os dias de tristeza, chatice, melancolia ou mesmo depressão para me aventurar por esses corredores - na pior das hipóteses apenas pioram um estado pré-existente; na melhor mantém-no -.
Não foi sempre assim. Já gostei de comprar roupa (especialmente gravatas; tinha bom olho para elas). Hoje relembro esses dias e pergunto-me o que se terá passado.
Não sei. Não me interessa.
........
O plano do dia está traçado: depois de um copo na Babel e ou na Sifoneria como um pintxo na Quinta Puñeta e volto para bordo. Hoje à noite entra badanal, ainda pior do que o que está. Não consigo ficar longe do bote, apesar de desta vez ter vindo preparado para isso.
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No P. chove como na rua (é mentira. Exagero grosseiro). Nada me deprime mais do que um barco molhado, nem mesmo uma mulher frígida - de que não tenho (talvez seja por isso) grande experiência, ao contrário de barcos molhados -. Lembro-me de quando navegava no SOLENA, uma folha de plástico por cima do saco-cama; dos chaços todos que levei de um lado para o outro no Norte da Europa; de uma viagem que fiz para Vigo num Mumm 36. Lembro-me demasiado e se calhar é por isso que agora a simples vista de uma gota de água a pingar de uma escotilha me faz ir às compras.
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Em baixo da Costa de Sa Pols, a rua na qual vivi aqui em Palma abriu um café chamado Ovelha Negra. O vinho é excelente, o empregado brasileiro e o frango frito quase bom.
Ainda bem que o tempo não volta para trás. Que pena o tempo não voltar para trás.
Não há nada no processo das compras que me agrade, desde a entrada naquelas lojas horríveis de grande e sem um vendedor à vista (não tenho dinheiro para ir às pequenas com dois vendedores chatos, insistentes e snobs para cada cliente) até à saída entre grades anti-roubo e seguranças com cara de idiota (é a única, eu sei).
Aproveito os dias de tristeza, chatice, melancolia ou mesmo depressão para me aventurar por esses corredores - na pior das hipóteses apenas pioram um estado pré-existente; na melhor mantém-no -.
Não foi sempre assim. Já gostei de comprar roupa (especialmente gravatas; tinha bom olho para elas). Hoje relembro esses dias e pergunto-me o que se terá passado.
Não sei. Não me interessa.
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O plano do dia está traçado: depois de um copo na Babel e ou na Sifoneria como um pintxo na Quinta Puñeta e volto para bordo. Hoje à noite entra badanal, ainda pior do que o que está. Não consigo ficar longe do bote, apesar de desta vez ter vindo preparado para isso.
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No P. chove como na rua (é mentira. Exagero grosseiro). Nada me deprime mais do que um barco molhado, nem mesmo uma mulher frígida - de que não tenho (talvez seja por isso) grande experiência, ao contrário de barcos molhados -. Lembro-me de quando navegava no SOLENA, uma folha de plástico por cima do saco-cama; dos chaços todos que levei de um lado para o outro no Norte da Europa; de uma viagem que fiz para Vigo num Mumm 36. Lembro-me demasiado e se calhar é por isso que agora a simples vista de uma gota de água a pingar de uma escotilha me faz ir às compras.
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Em baixo da Costa de Sa Pols, a rua na qual vivi aqui em Palma abriu um café chamado Ovelha Negra. O vinho é excelente, o empregado brasileiro e o frango frito quase bom.
Ainda bem que o tempo não volta para trás. Que pena o tempo não voltar para trás.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.