18.4.18

Rios, lagos, mar, vidas, pensar

Vastos rios subcutâneos; um deserto debaixo do qual cresce uma floresta; um mar que um dia secará ou já esteve seco. Não passamos de metades - duas metades coladas uma à outra -. Planícies inundáveis com uma gota de sangue, uma lágrima; ou iluminadas por um sorriso. Montanhas humildes percorridas por avalanches benéficas, chuvas ingratas, ondas de calor na Sibéria.

Onde estás? Querer pôr ordem neste magma é como fazer uma barragem num rio de lava; ou instalar uma rede para te protegeres dos iões. Pensa nisso: a ordem queima, mata, asfixia. A lava também. Não há nada que não queime; morre então a fazer o que queres. É a isso que se chama viver. Só os mortos fazem o que devem.

Pensa num lago: se tens de morrer afoga-te no mar. Se tens de viver escolhe o sal. Pensa no mar.

Não penses.

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