20.4.18

Terceira carta a Pandora

Lisboa, 20-04-2018

Navego os corpos que conheço tanto como os que desconheço. Não me aproximo porém dos que não me atraem. Saber não é sinónimo de querer, tão pouco como desconhecer.

Querer não tem sinónimos; querer-te ainda menos, mas tem um e só um complemento directo.

Talvez não: navegar-te. Imaginar que és um mar e a embarcação, marear-te os panos, definir-te o rumo, dizer-te "Vamos. Larga as amarras". Pegar-te nos bicos dos seios, beijar-te os lábios,  percorrer-te os braços, o ventre e as coxas, virar-te ao contrário.

Tocar-te, ver-te, perder-me.

Não me perco quando navego. Não me perderei quando te navegar.

P.

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