4.4.18

Serviço público - Bares, cafés e laranjadas, Palma de Mallorca

O Bar Sta. Eulália na praça do mesmo nome tem tapas boas, baratas e "caseiras" (aspas porque cito, não porque duvide da palavra dos senhores, que por acaso até são senhoras, tanto quanto sei pelo que a U. da Sifoneria me disse, já que foi ela quem me sugeriu o estabelecimento) e fica perto da Literanta. Isto é: um lugar ideal para se ler os livros que se compraram dois minutos antes, numa praça muito bonita (em Palma poucas o não são, mas isso é outro departamento).

O Bar 7machos (sic) fica em Sta. Catalina, o quarteirão "hot" (entre aspas porque felizmente de "hot" não tem nada, apesar dos yachties gostarem de pensar que tem). É o lugar ideal para quem tem uma crise de fringale a meio da noite (desculpem a exibição de francesismo, mas é o único termo que me parece adequado de entre a vasta quantidade de línguas, dialectos e outros idiomas que domino fluente e perfeitamente. Já agora: significa "uma grande quantidade de fome"). Tem nachos e tacos impecáveis, sem filas pelo passeio fora, rápidos e bastos, como convem quando se tem uma fringale. Isto dito, uma coisa curiosa que ontem me ocorreu enquanto fazia de árbito entre a fome e a montanha de nachos que tinha pela proa: a comida mexicana não se exporta. Nem no Texas, nem na Flórida, nem em lado nenhum fora do México comi mexicano (salvo seja, claro) tão bem como no México.

O Bar Corner é o ponto de encontro dos ditos yachties e não tem ponta de interesse, excepto quand se vai de Sta. Catalina para casa e o canto fica no caminho. É um canto sem encanto.

O Bar Rita... ah, o Bar Rita. esse vai passar para o pódio. Ontem tive uma daquelas cenas que só em Palma, que me fazem amar Palma. Cheguei ao bar e perguntei se tinham a) um lugar onde ligar o computador porque - precisei - está sem bateria e b) wifi. O homem disse-me que sim e acrescentou (sorridente e bem educadamente) "mas olha que isto não é um escritório". "Claro, hombre", respondi no meu melhor espanhol e de caminho aproveitei para encomendar umas hierbas secas

O rapazinho que me trouxe a bebida deixou-a cair mesmo a chegar à mesa. O copo escorregou-lhe da mão e caiu. Molhou um bocadinho do computador, que já estava aberto na mesa, mas a maior parte do líquido caiu ao lado. Desculpas, limpezas, etc., salto para a frente. Bebi três hierbas (num prazo de tempo relativamente longo, não vão os leitores pensar que sou um bebedolas. Digo porque é importante para a história, como poderão verificar já de seguida) e quando ia a pagar o homem - o mesmo que me tinha dito que aquilo não é um escritório - diz-me "não pagas nada. Quem vai pagar é ele" - e aponta para o rapazinho, mas a rir, numa boa onda, passe o exoterismo. Eu insisti "Oferece-me uma e eu pago duas, vá". E ele que não e pronto, vim-me embora.

Rita é sem dúvida nenhuma um nome mágico, aquele bar é mágico e eu tenho uma sorte do caraças, essa é que é essa. (Se bem a descoberta do sítio se deva mais ao meu hábito de me perder pelas ruas de Palma em vez de ir directo pelos caminhos que conheço. Uma daquelas sortes para a qual se trabalhou muito).

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