Chamas a isto um dia? Chama-lhe um mês, um ano, um sentido até se quiseres. Porque hoje foi muito mais do que tudo isso.
Como se o P. tivesse ressuscitado subitamente, como se a luz deixasse de tremelicar lá ao fundo e fosse o túnel todo iluminado de uma vez, não devido a um só interruptor mas a muitos. Que salto, que mergulho tão altos e tão para a frente. Vieste para casa a cantarolar Avante Camarada, Avante (depois continuava: Junta a este muitos dias).
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Acabei The Only Story, de Julian Barnes. É a história de amor entre um miúdo de dezanove e uma senhora de quarenta e oito anos (quando começou). Durou "dez ou doze anos", diz o narrador (a personagem masculina já numa idade avançada). A história é contada em modo memorial, dá saltos para trás e para a frente.
Não deixa uma única porta ou janela do amor por abrir. A maestria narrativa deixa-nos sem ar como um pontapé nos tomates, um pôr-do-sol particularmente bonito ou o não desesperado de uma miúda que amamos: ataca-nos por todos os lados, o físico, o estético e o dos sentimentos.
A última vez que me senti assim ao acabar de ler um livro foi com o The Sea, The Sea de Iris Murdoch.
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Uma insónia como se os dois braços da ansiedade tivessem passado a noite a tricotar dentro de mim. De vez em quando trocavam as cores, para se divertirem.
Vá lá: consegui ler. A manta era pesada mas não opaca. O resultado é que agora morro de sono, claro. Mal me tenho de pé.
Ele que espere. Passou a noite a gozar-me, agora paga.
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O café Can Miquel, em Andratx é certamente muito bonito, mas infelizmente o sei interesse queda-se por aí. Isto é como tudo na vida: antes o conteúdo do que o continente.
Como se o P. tivesse ressuscitado subitamente, como se a luz deixasse de tremelicar lá ao fundo e fosse o túnel todo iluminado de uma vez, não devido a um só interruptor mas a muitos. Que salto, que mergulho tão altos e tão para a frente. Vieste para casa a cantarolar Avante Camarada, Avante (depois continuava: Junta a este muitos dias).
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Acabei The Only Story, de Julian Barnes. É a história de amor entre um miúdo de dezanove e uma senhora de quarenta e oito anos (quando começou). Durou "dez ou doze anos", diz o narrador (a personagem masculina já numa idade avançada). A história é contada em modo memorial, dá saltos para trás e para a frente.
Não deixa uma única porta ou janela do amor por abrir. A maestria narrativa deixa-nos sem ar como um pontapé nos tomates, um pôr-do-sol particularmente bonito ou o não desesperado de uma miúda que amamos: ataca-nos por todos os lados, o físico, o estético e o dos sentimentos.
A última vez que me senti assim ao acabar de ler um livro foi com o The Sea, The Sea de Iris Murdoch.
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Uma insónia como se os dois braços da ansiedade tivessem passado a noite a tricotar dentro de mim. De vez em quando trocavam as cores, para se divertirem.
Vá lá: consegui ler. A manta era pesada mas não opaca. O resultado é que agora morro de sono, claro. Mal me tenho de pé.
Ele que espere. Passou a noite a gozar-me, agora paga.
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O café Can Miquel, em Andratx é certamente muito bonito, mas infelizmente o sei interesse queda-se por aí. Isto é como tudo na vida: antes o conteúdo do que o continente.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.