A história conta-se depressa, mas prefiro a versão lenta. (Como em quase tudo, troçarão decerto alguns, pobre de mim.) A minha bicicleta Órbita Estoril II era deixada no Club de Vela de Puerto Andratx todos os dias vai para mais de um mês sem cadeado. Recentemente houve uma feira, o porto encheu-se das respectivas animações e a bicicleta desapareceu.
Para mim não havia relação de causa a efeito: na minha mente simplex a bicicleta desapareceu porque estava sem cadeado, ou seja: devido à minha negligência. Andava há coisa de um mês a pensar que devia comprar um, mas o meu indefectível optimismo procura permanentemente uma oportunidade de ser derrotado. Não comprei e a oportunidade materializou-se.
A primeira coisa que me ocorreu - devo dizer que não fui o único - é que alguém pegou na burra para ir até ao barco e a tinha deixado num pontão. Essa intuição não foi partilhada nem pelos factos nem pela maioria dos funcionários da marina, desde o director aos marinheiros.
[Diversão: um desses marinheiros faz parte de um duo ao qual chamo Dupont e Dupond, porque andam sempre juntos e são ambos divertidíssimos. Um deles, não sei se o t se o d, disse-me "Foram os ciganos. E olha que são ciganos portugueses"].
Reacção unânime: foi "a ciganagem" (aspas porque cito); "o porto estava cheio de ciganos; o que esperavas?" (idem); "eram as festas do porto; essa gente..."
[Re-diversão: ao Dupon(d,t) respondi: "Roubar bicicletas é a nossa especialidade"]
Intuitivamente eu diria que sim, foi a ciganagem. Estou-me nas tintas para os Mamadou Bas, Gorjões Henriques et al. As palavras servem para descrever a realidade, não a alteram. Ou as percepções da realidade, o que vem a dar no mesmo.
[Hoje comprei outra Órbita Estoril II, um modelo mais recente e a meu ver não tão bom nem bonito como o que os ciganos me levaram. Sorte a deles. Agora tenho um cadeado.]
Para mim não havia relação de causa a efeito: na minha mente simplex a bicicleta desapareceu porque estava sem cadeado, ou seja: devido à minha negligência. Andava há coisa de um mês a pensar que devia comprar um, mas o meu indefectível optimismo procura permanentemente uma oportunidade de ser derrotado. Não comprei e a oportunidade materializou-se.
A primeira coisa que me ocorreu - devo dizer que não fui o único - é que alguém pegou na burra para ir até ao barco e a tinha deixado num pontão. Essa intuição não foi partilhada nem pelos factos nem pela maioria dos funcionários da marina, desde o director aos marinheiros.
[Diversão: um desses marinheiros faz parte de um duo ao qual chamo Dupont e Dupond, porque andam sempre juntos e são ambos divertidíssimos. Um deles, não sei se o t se o d, disse-me "Foram os ciganos. E olha que são ciganos portugueses"].
Reacção unânime: foi "a ciganagem" (aspas porque cito); "o porto estava cheio de ciganos; o que esperavas?" (idem); "eram as festas do porto; essa gente..."
[Re-diversão: ao Dupon(d,t) respondi: "Roubar bicicletas é a nossa especialidade"]
Intuitivamente eu diria que sim, foi a ciganagem. Estou-me nas tintas para os Mamadou Bas, Gorjões Henriques et al. As palavras servem para descrever a realidade, não a alteram. Ou as percepções da realidade, o que vem a dar no mesmo.
[Hoje comprei outra Órbita Estoril II, um modelo mais recente e a meu ver não tão bom nem bonito como o que os ciganos me levaram. Sorte a deles. Agora tenho um cadeado.]
Sem comentários:
Enviar um comentário
Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.