12.8.18

Hallelujah, cont.

Como se distibngue um maquinista naval extraordinário de um daqueles que se limita a fazer milagres quotidianamente?  A resposta é simples, mas exige que se os veja trabalhar.

Um maquinista naval "normal" (entre aspas porque isto é, como vimos um oxímoro) trabalha. Aperta, desaperta, mede e ao fim de um certo tempo diz "Já está. Vamos ver se funciona" (a modéstia dos grandes...) Um Christian, um Salvador, um outro do Marin cujo nome agora me escapa, Jean-Pierre ou Jean-Philippe ou coisa que o valha não trabalham. Eles falam com o motor ou com o aparelho que está defeituoso. Olha-se para eles e só ao fim de um bocado se percebe que estão persuadir o motor, não o estão a reparar.  A persuasão é o seu método de trabalho; as ferramentas estão ali só para dar ao motor a possibilidade de salvar a cara, como os chineses. Quando acabam dizem a mesma coisa, mas dirigindo-se ao que acabaram de reparar. "Já está. Vais funcionar?" Invariavelmente funciona e se estivermos com atenção veremos que eles se inclinam numa vénia e agradecem.

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