24.9.18

Diário de Bordos - Palma, Mallorca, Baleares, Espanha, 24-09-2018

Não foi um dia de altos e baixos. Foi um dia de baixo e de alto, um dia de merda que acabou bem (acautela-te, boca. Ainda não acabou).

Esqueci-me de comprar uma coisa em Palma e tive de aqui voltar mal cheguei a Andratx; roubaram-me (me não é o pronome exacto, mas é como se fosse) o hélice que não tinha valor, é certo, mas com o qual contava fazer um candeeiro bonito; comprei a tinta errada e o Edisson perdeu uma hora a vir trocá-la.

Revolta-me ser roubado. Não é que seja de posse, não sou (antes fosse). Mas acho inaceitável que se roubem coisas a quem é incapaz de retribuir. É uma cobardia, uma infâmia. Os esquecimentos e as distracções ainda vá que não vá. São chatices, não tremores de terra. Mas roubarem-me qualquer coisa é desvastador, demolidor. Já perto do fim, uma senhora com quem tinha um encontro profissional (a profissão sendo a minha e também dela) não apareceu.

Bom. Depois: safei-me de uma multa de cento e setenta euros e graças à senhora não ter aparecido passei um bocado bastante agradável com um casal amigo.

Por fim venho jantar a um dos sushis da minha rua. Não é grande coisa. Para começar aprecio sushi menos do que medianamente: em todo este tempo só encontrei duas casas onde comer as coisas decentemente: uma no Estoril e outra - um sushi train, imagine-se - em Genebra. Como nunca fui ao Japão e não como isto quando vou a japoneses decentes (salvo seja) o meu conhecimento é limitado.

Por isso decidi vir aqui: talvez fizesse do dia um pedaço de tempo medianamente aceitável.

Fez.

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Isto dito: um gajo entrar no P. e cheirar-lhe a tinta nova paga as misérias e mediocridades todas do dia.

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(Mas não apaga a exaustão).

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.