Há muito tempo que não leio aquela frase tão frequente na blogocoisa: "get a life!" (nunca me foi dirigida, suponho que por distracção das pessoas que a utilizavam).
Como traduzir get a life? Arranja uma vida? Vai viver? Prefiro esta: vai viver. Não sei se aquilo que faço conta como vida. De um ponto de vista biológico conta, claro.
Frase de ontem, ligeiramente retocada:
"I was planning to pass and say hello and all that. But some kind of signs make me believe that I am tired, too tired. Normally extra-sensorial signs do not make it to my will, but this time they are so real I can almost touch them. So I obey those stupid voices and lay down on my bed, hoping to find enough energy for a shower. ..." (Não encontrei energia para um duche. Ficou para hoje.)
Se alguém um dia me disser get a life responderei "Já encontrei. Amanhã".
........
Nenhum refit avança nunca à velocidade que nós queremos. Este nós é colectivo, abrangente, vasto: começa no armador e acaba no primeiro degrau da pirâmide. Há uma coisa qualquer nos barcos que os faz brincar ao gato e ao rato com o tempo, com a vontade das pessoas, com o calendário. Penso todos os dias no F., que me disse em Maio: "Isso vai custar x e não sais daqui antes de seis meses". Mandei-o bugiar, disse-lhe que estava a sonhar com ladrões (ou a fazer-se ao trabalho). Tinha razão nas duas asserções (ele). É suíço e vive aqui há pelo menos três semanas, duas qualidades que têm um efeito contraditório em mim: ser suíço é bom, conhecer Mallorca desta forma não.
[Penso no lado positivo da malfadada previsão: estou dentro dos valores que ele me deu. Não me enganei muito.]
A verdade é que o meu amor por Mallorca entrou numa nova fase. Não acabou, longe disso: continuo a gostar desta ilha, da cidade, das estradas que quotidianamente percorro, da exaustão com que chego a casa e me pergunto se isto é uma vida (é). Mas porra!, se vejo o bote pronto e me apanho a saber se paro em la Linea ou se continuo nem acredito.
(Terei de parar antes, eu sei. Deixem-me sonhar).
........
Comprei quatro defensas, novas, brancas como uma noite de paixão. Este fim-de-semana entra badanal e quero ter o urso preparado.
(O gajo da meteo deve pensar que não trabalho o suficiente durante a semana).
........
Descubro com horror que me falta música. Amanhã vou comprar umas colunas para o computador. Devem ser as vigésimas. Qualquer dia juntam-se e fazem uma parada: "Get a loudspeaker!".
........
Uma vez escrevi que amar África é como amar uma mulher feia (ou uma que nos engana, já não me lembro). Amar o que faço é como amar a mulher mais bonita do universo: impossível ver-lhe os defeitos.
Como traduzir get a life? Arranja uma vida? Vai viver? Prefiro esta: vai viver. Não sei se aquilo que faço conta como vida. De um ponto de vista biológico conta, claro.
Frase de ontem, ligeiramente retocada:
"I was planning to pass and say hello and all that. But some kind of signs make me believe that I am tired, too tired. Normally extra-sensorial signs do not make it to my will, but this time they are so real I can almost touch them. So I obey those stupid voices and lay down on my bed, hoping to find enough energy for a shower. ..." (Não encontrei energia para um duche. Ficou para hoje.)
Se alguém um dia me disser get a life responderei "Já encontrei. Amanhã".
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Nenhum refit avança nunca à velocidade que nós queremos. Este nós é colectivo, abrangente, vasto: começa no armador e acaba no primeiro degrau da pirâmide. Há uma coisa qualquer nos barcos que os faz brincar ao gato e ao rato com o tempo, com a vontade das pessoas, com o calendário. Penso todos os dias no F., que me disse em Maio: "Isso vai custar x e não sais daqui antes de seis meses". Mandei-o bugiar, disse-lhe que estava a sonhar com ladrões (ou a fazer-se ao trabalho). Tinha razão nas duas asserções (ele). É suíço e vive aqui há pelo menos três semanas, duas qualidades que têm um efeito contraditório em mim: ser suíço é bom, conhecer Mallorca desta forma não.
[Penso no lado positivo da malfadada previsão: estou dentro dos valores que ele me deu. Não me enganei muito.]
A verdade é que o meu amor por Mallorca entrou numa nova fase. Não acabou, longe disso: continuo a gostar desta ilha, da cidade, das estradas que quotidianamente percorro, da exaustão com que chego a casa e me pergunto se isto é uma vida (é). Mas porra!, se vejo o bote pronto e me apanho a saber se paro em la Linea ou se continuo nem acredito.
(Terei de parar antes, eu sei. Deixem-me sonhar).
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Comprei quatro defensas, novas, brancas como uma noite de paixão. Este fim-de-semana entra badanal e quero ter o urso preparado.
(O gajo da meteo deve pensar que não trabalho o suficiente durante a semana).
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Descubro com horror que me falta música. Amanhã vou comprar umas colunas para o computador. Devem ser as vigésimas. Qualquer dia juntam-se e fazem uma parada: "Get a loudspeaker!".
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Uma vez escrevi que amar África é como amar uma mulher feia (ou uma que nos engana, já não me lembro). Amar o que faço é como amar a mulher mais bonita do universo: impossível ver-lhe os defeitos.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.