4.12.18

À porta da vida

Ia deitar-me um bocadinho, só um bocadinho, esperava não tropeçar em ti num canto qualquer do sono ou do sonho, têm as mesmas portas, os mesmos cantos mas é inútil: estás sempre lá, à porta de um e do outro, mal eu entro saltas-me à garganta e não vejo mais nada se não tu. Isto acontece sempre, seja no canto do sono seja no do sonho. Às vezes até nos dois, estás num e no outro logo a seguir. Depois acordo e é a mesma coisa, saio e dou contigo ali à espera, à porta da vida.

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