Hoje foi dia de potlatch. Enfim, como estou sozinho é um potlatch um pouco especial: é de mim para mim. Comecei por me oferecer uma quantidade industrial de postais (metade já está escrita, não foram assim tantos) e uma revista feminista (juro. Foi por engano, gostei do nome. Chama-se Pikara). Para me pagar disso fui à loja de discos em segunda mão e comprei um Ornette, um Jan Garbarek e uma colectânea do Charlie Parker, cinco discos por vinte e seis euros. A loja tem pouquíssimo jazz, mas tem muito pop rock e a preços imbatíveis. Já só me falta conhecer uma, mas não vai ser amanhã. Chega de potlatch.
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Almoço com o L. É um dos escassos amigos que me ficou dos primórdios de Genebra. Deve ser cerca de dez ou quinze anos mais novo do que eu (perguntei à S. Em breve saberei). É um prazer ver alguém melhorar tanto com a idade como ele.
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O apoio da sapata do pé do mastro sofreu um novo atraso, desta vez por causa do tempo. No sítio onde estamos o P. mexe-se de mais. Polegares, indicadores, Oooooommmm. Não há nada a fazer. Amanhã vai estar igual. Faltam dois dias de trabalho, mais dois dias (no mínimo) para aquilo curar. Antes de próxima sexta não terei o pau em cima (salvo seja, claro). Eu diria antes segunda, mas é Natal. É nestes momentos que invejo a malta das teorias da conspiração: pelo menos tem uma explicação para tudo.
Bom, a pintura do interior acabou (a do primário, tenho sempre de mo recordar. ). Ao menos isso.
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As prateleiras dos camarotes estavam fixadas ao casco por meio de parafusos. Isto é, parafusos directamente ao casco. Sabem aquela malta que tem as cinco chagas nas mãos, sangram e tudo? Pois é assim que me sinto quando olho para os buracos no casco. Chamem-me piegas, mas aqueles parafusos é como se estivessem postos em mim. Infelizmente são muito mais do que cinco. Vamos fechá-los todos, um a um, mas antes a máquina de vácuo vai trabalhar outra vez. Aquela espuma sai daqui sem um micro-miligrama de humidade ou eu não me chame Luís Serpa.
Isto dito, o P. ainda está o estaleiro que se pode imaginar, completamente desmontado e já tem outro aspecto, outro cheiro, outra cara. Um gajo entra nele e é recebido com um sorriso e um abraço apertado e grato.
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Há pouco pensava nas mulheres que não me fazem frente (de resto, um tema iniciado pela S.: "nunca andes com uma mulher que te deixe fazer o que tu queres. Dás cabo dela em meia dúzia de semanas"). Como a S. me conhece como se me tivesse feito aceito o conselho e penso no P. Deve tê-la ouvido e não há nada que eu faça que não seja uma luta, milímetro a milímetro. Esse não me deixa fazer o que eu quero sem discutir arduamente antes.
Deve ser por isso que gosto tanto dele e cada dia mais.
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Almoço com o L. É um dos escassos amigos que me ficou dos primórdios de Genebra. Deve ser cerca de dez ou quinze anos mais novo do que eu (perguntei à S. Em breve saberei). É um prazer ver alguém melhorar tanto com a idade como ele.
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O apoio da sapata do pé do mastro sofreu um novo atraso, desta vez por causa do tempo. No sítio onde estamos o P. mexe-se de mais. Polegares, indicadores, Oooooommmm. Não há nada a fazer. Amanhã vai estar igual. Faltam dois dias de trabalho, mais dois dias (no mínimo) para aquilo curar. Antes de próxima sexta não terei o pau em cima (salvo seja, claro). Eu diria antes segunda, mas é Natal. É nestes momentos que invejo a malta das teorias da conspiração: pelo menos tem uma explicação para tudo.
Bom, a pintura do interior acabou (a do primário, tenho sempre de mo recordar. ). Ao menos isso.
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As prateleiras dos camarotes estavam fixadas ao casco por meio de parafusos. Isto é, parafusos directamente ao casco. Sabem aquela malta que tem as cinco chagas nas mãos, sangram e tudo? Pois é assim que me sinto quando olho para os buracos no casco. Chamem-me piegas, mas aqueles parafusos é como se estivessem postos em mim. Infelizmente são muito mais do que cinco. Vamos fechá-los todos, um a um, mas antes a máquina de vácuo vai trabalhar outra vez. Aquela espuma sai daqui sem um micro-miligrama de humidade ou eu não me chame Luís Serpa.
Isto dito, o P. ainda está o estaleiro que se pode imaginar, completamente desmontado e já tem outro aspecto, outro cheiro, outra cara. Um gajo entra nele e é recebido com um sorriso e um abraço apertado e grato.
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Há pouco pensava nas mulheres que não me fazem frente (de resto, um tema iniciado pela S.: "nunca andes com uma mulher que te deixe fazer o que tu queres. Dás cabo dela em meia dúzia de semanas"). Como a S. me conhece como se me tivesse feito aceito o conselho e penso no P. Deve tê-la ouvido e não há nada que eu faça que não seja uma luta, milímetro a milímetro. Esse não me deixa fazer o que eu quero sem discutir arduamente antes.
Deve ser por isso que gosto tanto dele e cada dia mais.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.