19.12.18

Notas dispersas

Um gajo habitua-se a tudo, mesmo à ideia de que nunca passará de um diarista. Sorte ter dias para contar.

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Não tenho muito jeito para engatar senhoras, é certo. Mas compenso essa falta com uma habilidade incomparável para ser engatado. Ponham uma miúda bonita, culta, com a minha idade ou menos dez, vinte (máximo: vinte e cinco) anos do que eu, mau feitio (péssimo, se possível), independente afectivamente, livre, com um sentido de humor comparável ao mau feitio, inteligente (passe a redundância), capaz de comer de garfo e faca e não se assoar ao guardanapo (isso está reservado para mim), que saiba a diferença entre uma antepara e uma caverna, fazer leme e marear uma grande e vão ver se não sou logo engatado. Basta ela querer.

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Um casal de lésbicas senta-se à minha frente. São ambas muito gordas, obesas e estão visivelmente apaixonadas. Acho bem. Sou contra o desperdício e a favor da felicidade individual (também verdade seja dita não há outra).

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Antigamente era frequente encontrar dinheiro nos bolsos das calças ou das camisas que vestia (nunca consegui lavar dinheiro a sério, as notas vinham amachucadas mas tinham resistido à máquina). Agora encontro notas, mas são de outro tipo e saem de um bloco. Na verdade sou um esquilo disfarçado.

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Esta banda Bach & Gould é interessantíssima. Toca uma espécie de jazz que parece música barroca.

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.