25.3.19

Lista original

Ao fim da quinquagésima visita que faco à vida... Reticências porque isto não é verdade. Como contar as visitas ao planeta? Logicamente escolheria a data da primeira os quinze anos, a primeira vez que li Zaratustra e apanhei uma bebedeira (da qual não me lembro, de resto). Mas isso é falso. Já uma vez em Quelimane bebera de mais e foi nessa cidade que li Sven Hassel e Erich Maria Remarque, Jack London, Somerset Maugham, Conrad, Steinbeck, Hemingway e O'Henry, imprescindíveis preâmbulos a Nietzsche. Ora eu saí de Quelimane aos catorze anos e o facto - incontestável - de não ter percebido rigorosamente nada da maioria das páginas que lia pendurado num ramo de mangueira não invalida outro facto incontornável: é difícil saber quando visitei este mundo pela primeira vez.

Ou seja: cada visita é a primeira. Perpetuamente virgem, entro no lupanar sabendo o que me espera, mas sabendo apenas teoricamente. "Conhecimento livresco", acusar-me-ia muitos anos mais tarde o meu Pai, quiçá lamentando ter-me presenteado com uma biblioteca de sonho e uma liberdade de leitura ainda mais vasta.

Reticências.

Este post divergiu da sua intenção inicial: falar desta mistura de espanto e prazer, maravilhamento que sinto cada vez que entro no bar Number Two, na minha modesta mas fundada opinião um reflexo perfeito da vida.

A música é contestável. A decoração também. A poncha é incontestavelmente a melhor dos dois mundos, este e o outro. A clientela oscila. Os tremoços oscilam entre o bom, o muito bom e o resto (como a vida, não é?)

Ou seja: é prá poncha. O resto, caros amigos, ou é conversa ou é Ler por aí... Das duas, antes esta do que aquela.

O post continua a divergir.

Nada disto consta da lista original. 

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