6.4.19

Equilíbrio

Andamos sempre à procura de um princípio e nunca o encontramos porque as coisas têm fim mas não têm princípio; e mesmo quanto ao fim não estou seguro. Ainda agora por exemplo pensava em quanto gostaria de falar contigo, dizer-te quão bem estou em Palma, quanto me lembro dos dias que aqui passámos... Ainda não acabaram, vês? Ainda por aqui andas comigo, vamos ao Mercadona juntos, econtramo-nos no Antiquari. Curiosa, esta resistência que as coisas oferecem aos fins, como velhos que se agarram à vida por pouco sentido que ela agora tenha para eles, dias de chuva que nunca acabam, dias sem dinheiro, garrafas de mau vinho ou sorrisos fingidos.

Eu por aqui estou, fora da caixa como de costume; ou dentro da minha. Na verdade mudámos pouco. Talvez sejamos ambos mono-lugar, ela e eu.

Não me portei bem contigo nem tu comigo: foi talvez uma das relações mais equilibradas que jamais tive. Talvez por isso não haja maneira de ter fim, apesar dos múltiplos princípios que teve.

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