8.4.19

O fim de uma ilusão (princípio de outra)

Uma cidade também é isto. Não; uma cidade é isto: encontrar aldeias, grupos, nichos, destruir preconceitos e construir novos: aprender. Uma cidade ensina, o campo sedimenta o que a cidade nos ensinou. Tempos diferentes, preconceitos reconstruídos... Há ele maior prazer do que descobrir que se está enganado?

Talvez este post se venha a chamar "Pasta alla bolognese, divagações e fim"; ou "Ragù bolognese, o fim de uma ilusão". Ou qualquer coisa assim.

Ou seja: hoje fiquei a saber que nem o  bolognese nem o ragù são "molhos de tomate com carne", como sempre pensei, mas sim o contrário: molhos de carne sem tomate. Devo a descoberta ao Luca, o italiano do Mercat del Olivar e à sua mulher Silvia, a quem estarei para sempre grato. Devíamos todos trocar de preconceitos como trocamos de camisas (menos frequentemente, claro); e ficar grato às cidades, porque nos proporcionam mais ocasiões para o fazer (e têm 5 à Sec para as camisas).

A razão é simples: um citadino que chega ao campo sabe que não sabe nada do que ali se passa. O mesmo homem numa cidade sabe tudo. Está portanto muito mais habilitado a reaprender, enquanto que no campo só pode aprender.

Ora se aprender é bom, reaprender é melhor, como o próprio prefixo indica. 

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.