O termo soberba é preferível a pedantice? Não sei. Sei que quando decidi tornar o DV público a motivação foi "pior do que o que por aí anda não será de certeza". Seja por soberba, seja por pedantice continuo a pensar o mesmo. Mas é só meia pedantice, verdade seja dita: pior não é, mas melhor tão pouco. É o que é e isso é tudo o que é, como dizia Popeye de si próprio: "sou o que sou e é tudo o que sou".
Quero que se lixe, na verdade. Tento fazer o melhor que posso, não ser demasiado piegas e não fazer demasiados erros de português: a língua é a única regra à qual se deve obedecer sem hesitar. Não há outra, com a possível excepção de "não matarás o próximo". Note-se: aceito perfeitamente que não se respeite uma norma gramatical, desde que se saiba que se está a desrespeitá-la. E que faça sentido, que melhore o texto. Se for só para fazer género ou para ser original mais vale meter o desrespeito pelo cu adentro, porque nem desrespeito é. É só ignorância ou vaidade, outra forma de dizer pedantice ou soberba.
(No fundo, dos três prefiro soberba. É a mais bonita e ninguém ousará dizer de mim "ele é soberbo", como dizem - erradamente - "ele é pedante".)
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Passei o dia em casa - isto das marés baixas não é só desvantagens. Li, escrevi e cozinhei - como se estivesse a bordo, com a breve excepção de um passeio de bicicleta depois da sesta. É uma sorte ser apreciador de prazeres estáticos. O nómada imóvel? Talvez antes O nómada abúlico, não?
.........
Tentei ouvir rock, outra vez. Bruce Springsteen. Não há maneira: o rock é uma seca. Não se pode ouvir de per si, deve ter um objectivo: dançar, gritar, explodir, o que for. Mas ouvir só para ouvir: não. É maçador como ver uma barata a tentar escapar. (Ás vezes consegue, não é?)
Passei para o Brel: pelo menos percebo as letras, não tenho de as ler.
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Experimentei uma especiaria chamada Sumak. É muito usada na Turquia. Abençoados sejam os turcos e sobretudo o Ch., que me falou nela. Mai-lo argentino do Mercat, o homem percebe mais de especiarias do que eu de música (isto é ironia. Até uma criança de seis anos percebe mais de música do que eu, desde que consiga cantar um Parabéns a você afinado).
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E é isto. Deixemos o dia escorregar na sua palidez, na sua tibieza, como se estivesse no mar a um largo com força três: sem solavancos.
Como diz o Dylan que agora oiço: "Não penses duas vezes, está tudo bem", mas sem ironia: está realmente tudo bem.
Quero que se lixe, na verdade. Tento fazer o melhor que posso, não ser demasiado piegas e não fazer demasiados erros de português: a língua é a única regra à qual se deve obedecer sem hesitar. Não há outra, com a possível excepção de "não matarás o próximo". Note-se: aceito perfeitamente que não se respeite uma norma gramatical, desde que se saiba que se está a desrespeitá-la. E que faça sentido, que melhore o texto. Se for só para fazer género ou para ser original mais vale meter o desrespeito pelo cu adentro, porque nem desrespeito é. É só ignorância ou vaidade, outra forma de dizer pedantice ou soberba.
(No fundo, dos três prefiro soberba. É a mais bonita e ninguém ousará dizer de mim "ele é soberbo", como dizem - erradamente - "ele é pedante".)
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Passei o dia em casa - isto das marés baixas não é só desvantagens. Li, escrevi e cozinhei - como se estivesse a bordo, com a breve excepção de um passeio de bicicleta depois da sesta. É uma sorte ser apreciador de prazeres estáticos. O nómada imóvel? Talvez antes O nómada abúlico, não?
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Tentei ouvir rock, outra vez. Bruce Springsteen. Não há maneira: o rock é uma seca. Não se pode ouvir de per si, deve ter um objectivo: dançar, gritar, explodir, o que for. Mas ouvir só para ouvir: não. É maçador como ver uma barata a tentar escapar. (Ás vezes consegue, não é?)
Passei para o Brel: pelo menos percebo as letras, não tenho de as ler.
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Experimentei uma especiaria chamada Sumak. É muito usada na Turquia. Abençoados sejam os turcos e sobretudo o Ch., que me falou nela. Mai-lo argentino do Mercat, o homem percebe mais de especiarias do que eu de música (isto é ironia. Até uma criança de seis anos percebe mais de música do que eu, desde que consiga cantar um Parabéns a você afinado).
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E é isto. Deixemos o dia escorregar na sua palidez, na sua tibieza, como se estivesse no mar a um largo com força três: sem solavancos.
Como diz o Dylan que agora oiço: "Não penses duas vezes, está tudo bem", mas sem ironia: está realmente tudo bem.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.