Se há uma coisa que detesto, uma coisa que me deita abaixo quando estou com clientes e me enche de raiva quando não, essa coisa é um motor fora de borda que se recusa a pegar. Aconteceu hoje, depois de um jantar impecável no chiringuito da Cala Talamanca. Foi um suíço, armador de um Dean 500, que nos rebocou até bordo.
Os suíços têm a arte de esconder a altivez por detrás de um manto de simpatia e é preciso conhecê-los bem para detectar as duas - a simpatia (é real) e a arrogância. Ou então sou eu que estou fodido dos cornos. Porra, trata-se de afinar um carburador. Não deve ser o fim do mundo. Estas porras destas companhias de charter não o podem fazer como deve ser? O barco - um Hanse 548 - até está em condições, apesar de ser Hanse até à medula e fazer lembrar aquela piada dos marinheiros franceses sobre eles próprios: "um marinheiro sabe fazer tudo, virgula, mal". Um Hanse tem tudo, vírgula, pela metade.
Tem uma plataforma de banhos à popa mas está demasiado baixa e a cada vaguinha parte-se toda (depois reconstitui-se, é certo, mas só até um certo ponto. O resto fica ali partido, fora da vista, até um dia. Só a baixo por curtos períodos, entrar e sair do dinghy, dar um mergulho e subir imediatamente). Tem ar condicionado, mas só no salão. Os passageiros querem dormir al fresco? Abram as portas dos camarotes. De qualquer forma, com o barulho do gerador ninguém ouve os ais e os uis (esta é má-fé. O grupo é um Panda e basta o nome para se saber que é bom e faz pouco barulho).
[Acaba de parar. Diz que está com falta de óleo. Amanhã os clientes vão para Ibiza e eu fico a trabalhar para a empresa de charter.]
Vou dormir. Já chega.
A verdade é que tive uma tarde regalada: estivemos em Formentera, eles foram almoçar ao Juan y André e eu fiquei a bordo sozinho. Se isto não é uma versão profana do Céu não sei o que é o céu.
Os suíços têm a arte de esconder a altivez por detrás de um manto de simpatia e é preciso conhecê-los bem para detectar as duas - a simpatia (é real) e a arrogância. Ou então sou eu que estou fodido dos cornos. Porra, trata-se de afinar um carburador. Não deve ser o fim do mundo. Estas porras destas companhias de charter não o podem fazer como deve ser? O barco - um Hanse 548 - até está em condições, apesar de ser Hanse até à medula e fazer lembrar aquela piada dos marinheiros franceses sobre eles próprios: "um marinheiro sabe fazer tudo, virgula, mal". Um Hanse tem tudo, vírgula, pela metade.
Tem uma plataforma de banhos à popa mas está demasiado baixa e a cada vaguinha parte-se toda (depois reconstitui-se, é certo, mas só até um certo ponto. O resto fica ali partido, fora da vista, até um dia. Só a baixo por curtos períodos, entrar e sair do dinghy, dar um mergulho e subir imediatamente). Tem ar condicionado, mas só no salão. Os passageiros querem dormir al fresco? Abram as portas dos camarotes. De qualquer forma, com o barulho do gerador ninguém ouve os ais e os uis (esta é má-fé. O grupo é um Panda e basta o nome para se saber que é bom e faz pouco barulho).
[Acaba de parar. Diz que está com falta de óleo. Amanhã os clientes vão para Ibiza e eu fico a trabalhar para a empresa de charter.]
Vou dormir. Já chega.
A verdade é que tive uma tarde regalada: estivemos em Formentera, eles foram almoçar ao Juan y André e eu fiquei a bordo sozinho. Se isto não é uma versão profana do Céu não sei o que é o céu.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.