A bomba explode em câmara lenta, muito lenta. Observas atentamente o acontecimento, é como escrever um texto: tudo se desenrola em ti mas fora do teu alcance. Isto é, escreves um texto que se escreve e nem uma vírgula lá consegues meter se não tiver lugar. A bomba explode devagar mas tu não consegues tocar nos estilhaços que vês claramente.
De repente, apercebes-te de que a explosão é ao contrário: passas da desordem à ordem da bomba intacta. Com o texto passa-se o mesmo: anda do caos para a claridade. Nem uma vírgula lhe faz sombra, nem um ponto final o desequilibra.
Pensas nas mulheres todas que amaste, nas que quiseste amar, nas que esqueceste ou - muito mais numerosas - te esqueceram. Perguntas: o que é que o sexo tem a ver com isto? A bomba reconstitui-se lentamente: uma vida dura uma vida a fazer sentido.
Sentes a pele que te espera, rugosa de desejo, coberta de vírgulas, pontos de exclamação, pontos de interrogação. Nela desenhas palavras roubadas, as palavras que roubaste à memória, à esperança, à certeza. Nada é seguro excepto essa dúvida: onde estarás, quando eu chegar? Onde terás posto esses olhos, essas mãos, esse olhar que tanto esperei?
Para onde foi o caos? Como o conseguiste modular tão bem, tão perfeitamente, como se nada tivesse havido entre ele e hoje, entre ele e nós?
De repente, apercebes-te de que a explosão é ao contrário: passas da desordem à ordem da bomba intacta. Com o texto passa-se o mesmo: anda do caos para a claridade. Nem uma vírgula lhe faz sombra, nem um ponto final o desequilibra.
Pensas nas mulheres todas que amaste, nas que quiseste amar, nas que esqueceste ou - muito mais numerosas - te esqueceram. Perguntas: o que é que o sexo tem a ver com isto? A bomba reconstitui-se lentamente: uma vida dura uma vida a fazer sentido.
Sentes a pele que te espera, rugosa de desejo, coberta de vírgulas, pontos de exclamação, pontos de interrogação. Nela desenhas palavras roubadas, as palavras que roubaste à memória, à esperança, à certeza. Nada é seguro excepto essa dúvida: onde estarás, quando eu chegar? Onde terás posto esses olhos, essas mãos, esse olhar que tanto esperei?
Para onde foi o caos? Como o conseguiste modular tão bem, tão perfeitamente, como se nada tivesse havido entre ele e hoje, entre ele e nós?
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.