Toma uma noite, igual a todas as outras: calma, quente, solitária. Alguém te estende um arco e diz "toca-me". Tu não sabes se és a flecha se o alvo mas tocas. Desse arco nasce um vulcão silencioso, quente ele também, como a noite, como o arco, como a esfera alaranjada na qual te vês. És a flecha e o alvo. Alguém, o arco e o vulcão. Tentas nadar na torrente de lava que te submerge, manter pelo menos os olhos abertos. Não sentes os braços, estão perdidos algures nessa noite silenciosa, vulcânica, explosiva. "Um vulcão silencioso", pensas. "Que incongruência."
De repente, apercebes-te de que nunca mais haverá uma noite igual, nunca tiveste uma noite assim.
De repente, apercebes-te de que nunca mais haverá uma noite igual, nunca tiveste uma noite assim.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.