26.9.19

Dispersos do dia

Os aeroportos todos misturam-se num só. São iguais uns aos outros, não me lembro deste onde estou. Pelo menos até entrar. Agora vejo o bar Abades de Sevilla e lembro-me de já aqui ter comido. Também já vi as mamas da senhora que está à minha frente: estes decotes profundos roubam-nos o prazer de imaginar. Vistas, todas as mamas são iguais, pormenores postos de lado.

Os pormenores das mamas interessam pouco: são como os dos aeroportos (com a possível excepção do aeroporto de Lisboa, que já foi o mais bonito da Europa. Hoje é igual a todos. Também nas mamas há algumas que já foram menos iguais, mas isso não interessa: ao contrário dos aeroportos não corro o risco de lá voltar.)

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"Pois, minha querida. Também eu tenho muita vontade de ir para a cama contigo. Mas sempre soube que estás fora dos meus limites. Não nos suportaríamos mais do que tempo de uma foda, por longa que fosse. Podia até demorar a vida toda, repara. Mal acabasse, fartarmo-nos-íamos um do outro.

É que isto da cama é coisa de iguais, percebes? E tu não és igual a ninguém senão a ti própria.

Mas lá que teria vontade teria. Oh lá se não. Já viste o que seria uma tourada com um touro inteligente como um toureiro e este forte como um touro? Pois assim seríamos nós."

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.