Comecei por fazer duas coisas ao mesmo tempo: a) cozer brandamente num decilitro de água e não sei quanto açúcar amarelo (para mim, muito), o zeste picado de duas limas e meia e um bocadinho de gengibre ralado e b) pôr três folhas de gelatina a diluir em água fria. Enquanto aquilo cozia e diluia espremi as três limas e no sumo misturei umas sete ou oito bananas esmagadas. Acrescentei rum, a água da cozedura das limas e do gengibre e as folhas de gelatina. Bati tudo isto muito bem, acrescentei um pouco de cardamoma e pus no frigorífico.
Acreditem se quiserem mas ficou francamente bom, doce sem ser enjoativo. Só precisava de ter levado um bom bocado mais de frio, mas o congelador da casa não pode com uma gata pelo rabo.
Gata essa que de resto foi levada à Áustria, oferecida, o que explica que eu tenha comido a dita sobremesa naquele país, hoje, véspera de Natal. Não vi nada, claro, aquilo foi ir com a gata ao colo e a miar de partir o coração, jantar - uma peça de porco absolutamente sublime, acompanhada por um Tuella demasiado redondo para o meu gosto mas apreciado pelas senhoras -, sobremesa, uma sesta pós-prandial no sofá da sala da anfitriã que não só não se importou nada como ainda me presenteou uma garrafa de aguardente de peras que pede meças à do meu amigo muçulmano (praticante) de Lausanne - o senhor não bebia uma gota da melhor aguardente que já bebi na vida. Esta anda lá perto. É caseira, também.
Ficam várias primeiras para a história: primeira ida à Áustria, primeira vez que me afeiçoei realmente a uma gata (literal, não metafórica) e pela primeira vez bebo uma aguardente que anda perto da do marido da S. (não há maneira de me lembrar do nome dele). Era chauffeur de táxi e quando começava a chover parava tudo e ia a casa pôr as garrafas de gargalo para baixo: fazia crescer as peras dentros de garrafas penduradas nas árvores (claro) e virava-as para não se encherem de água. A aguardente era pura e simplesmente sublime. (Nunca soube porque as voltava a pôr de gargalo para cima mal parava a chuva, mas agora é tarde.) Esta anda lá perto. É destilada por um senhor cujo passatempo é destilar bebidas e tem o seu próprio alambique. A ideia de que os alemães - neste caso austríacos - não sabem apreciar a vida deve ser revista. Como seria a burocracia em Portugal se alguém quisesse destilar o seu próprio medronho? (Ninguém quer, que horror. A pergunta é puramente retórica.)
Acreditem se quiserem mas ficou francamente bom, doce sem ser enjoativo. Só precisava de ter levado um bom bocado mais de frio, mas o congelador da casa não pode com uma gata pelo rabo.
Gata essa que de resto foi levada à Áustria, oferecida, o que explica que eu tenha comido a dita sobremesa naquele país, hoje, véspera de Natal. Não vi nada, claro, aquilo foi ir com a gata ao colo e a miar de partir o coração, jantar - uma peça de porco absolutamente sublime, acompanhada por um Tuella demasiado redondo para o meu gosto mas apreciado pelas senhoras -, sobremesa, uma sesta pós-prandial no sofá da sala da anfitriã que não só não se importou nada como ainda me presenteou uma garrafa de aguardente de peras que pede meças à do meu amigo muçulmano (praticante) de Lausanne - o senhor não bebia uma gota da melhor aguardente que já bebi na vida. Esta anda lá perto. É caseira, também.
Ficam várias primeiras para a história: primeira ida à Áustria, primeira vez que me afeiçoei realmente a uma gata (literal, não metafórica) e pela primeira vez bebo uma aguardente que anda perto da do marido da S. (não há maneira de me lembrar do nome dele). Era chauffeur de táxi e quando começava a chover parava tudo e ia a casa pôr as garrafas de gargalo para baixo: fazia crescer as peras dentros de garrafas penduradas nas árvores (claro) e virava-as para não se encherem de água. A aguardente era pura e simplesmente sublime. (Nunca soube porque as voltava a pôr de gargalo para cima mal parava a chuva, mas agora é tarde.) Esta anda lá perto. É destilada por um senhor cujo passatempo é destilar bebidas e tem o seu próprio alambique. A ideia de que os alemães - neste caso austríacos - não sabem apreciar a vida deve ser revista. Como seria a burocracia em Portugal se alguém quisesse destilar o seu próprio medronho? (Ninguém quer, que horror. A pergunta é puramente retórica.)
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.