25.1.20

Insónia

A noite insone acolhe tranquilamente os restos dos dias, como do cadinho o metal fundente se verte na forma. São muitos os dias e uma só a noite: tão cedo o sono não regressará.

A insónia é geográfica. Salto de S. Luis do Maranhão para Moçambique, daí para Lisboa, Montenegro, Suíça... Acontece até encontrar-me nos braços nus de uma senhora ou duas. Vagueio de país en país, de corpo em corpo, de ninharia en recordação e dali para o futuro.

O cadinho verte o líquido incandescente para a forma, mas esta não pára quieta.

2 comentários:

  1. "Naquele tempo, partir à boleia para o Algarve tinha o sabor de ir à descoberta da América Profunda com Jack Kerouac até à Califórnia..." (introdução a uma das viagens em que participei rumo à Mauritânia, à procura da Tribo Portuguesa que o Zé Mègre descobriu no Sarah Ocidental durante um Paris/Dakar).
    Pelas tuas palavras e alguns textos teus que ouvi, percebe-se que não és um dos muitos "cidadãos do mundo de plástico" que pululam um pouco or aí.

    Gostava de atravessar o Estreito de Magalhães na vossa próxima viagem. Se for esse o teu caminho no tal veleiro que vai partir à volta do mundo...

    ResponderEliminar
  2. Obrigado. Com um pedido de desculpas pelo atraso na publicação: só agora vi o omentário, por um acaso. Pode ir seguindo a nossa página, em breve terá informações sobre a circum-navegação do PANDA

    ResponderEliminar

Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.