2.2.20

Diário de Bordos - Mértola, Alentejo, Portugal, 02-02-2020

Esta noite sonhei com atacadores para as botas. Isto é, a certa altura o meu sonho mencionava atacadores, alguém me dava uma palmadinha nas costas e dizia «pronto, aqui tens os atacadores reparados...» (como se se pudessem reparar atacadores). Do resto não me lembro. Aliás, a citação não é literal. Nem as mãos por ela ponho no fogo. Acordei envergonhado: atacadores de botas, por muito grandes que sejam (e estes são-no) não são tema digno de sonho. Os sonhos querem-se grandiosos.

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Ontem fui visitar uma quinta desenhada e construída sob preceitos de «geobiologia, radioestesia, Feng Shui, medicina vibracional, magnetoterapia, número de Vitrúvios» e outras balivérnias do género.

Produz um vinho excelente e as melhores uvas-passas que jamais comi.

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Mértola acordou com um nevoeiro todo marítimo. Isto é feito para voltar a ter um porto digno desse nome. Só que em vez de quantidade vai ter qualidade. O porto vai ser a nova mina.

A menos, claro, que a tentação da mediocridade vença.

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Estou apaixonado, mas ainda não percebi bem por quê ou por quem. Mértola, S/Y P., vida, esta lareira que carreguei de mais e agora tenho de abrir portas e janelas... Tantas coisas, tantas paisagens, tantas pessoas nelas.

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Jantar em casa da C. e do J., ontem. Aniversário da aniversariante. Penso que devo acrescentar «amizade» à lista anterior.

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