A minha bicicleta é um animal de estimação e como tal tem o direito de ser passeada. Levei-a às compras e voltei para casa por vias indirectas. A cidade está deserta. O vírus deve andar de cabeça perdida à procura de alguém para infectar.
Amanhã vai chover e não poderei levá-la para a marina, mas à tarde começo a mudança de casa e conto com a burra para me ajudar. Vai demorar uma semana - sempre coordenada com a compra de comida, claro. Não tenho a certeza de que as autoridades partilhem a minha opinião sobre o estatuto da Peugeot encarnada, a maravilha em versão feminina de outra que me foi roubada num dia negro, perto do Museu Nacional de Arte Antiga. Para mim é óbvio que uma burra deve ser passeada.
Os idiotas que compraram montes de coisas auto-condenaram-se, mas quem sou eu para os julgar? Cada um sabe de si e o outro sabe de todos, seja o outro quem for.
Dormi o dia todo, com algumas breves interrupções para comer (e agora esta, mais longa, das compras e do jantar). Não devo estar a exagerar quando falo de cansaço. A verdade é que já estou a abrir a boca de sono outra vez.
Bom bom é mudar de casa. O N. começa a sair-me pelas orelhas.
A dor de cabeça também. Veio para ficar, a cabra. Ainda por cima não tenho paracetamol, coisa que a assusta como um tiro os pombos.
........
A senhora que eu queria traduzisse o meu livro não quer fazê-lo. Não se identifica com a coisa. Preciso de encontrar alguém de língua materna francesa que conheça bem Portugal e escreva bem. S. diz-me que não vai ser fácil. Que se lixe. Quem gosta de coisas fáceis?
Eu, não por gosto mas por estar cansado das difíceis.
........
Para além de passear os cães, gatos, caracóis e lagartixas de companhia, o governo espanhol autoriza-nos a sair de casa para ir trabalhar.
A ver se amanhã tenho os dois I. a bordo. Só vou poder ter um de cada vez, que o espaço é contado.
Aposto no I. búlgaro...
........
"Stay the fuck home" é muito bonito, mas há ali qualquer coisa que me escapa.
Amanhã vai chover e não poderei levá-la para a marina, mas à tarde começo a mudança de casa e conto com a burra para me ajudar. Vai demorar uma semana - sempre coordenada com a compra de comida, claro. Não tenho a certeza de que as autoridades partilhem a minha opinião sobre o estatuto da Peugeot encarnada, a maravilha em versão feminina de outra que me foi roubada num dia negro, perto do Museu Nacional de Arte Antiga. Para mim é óbvio que uma burra deve ser passeada.
Os idiotas que compraram montes de coisas auto-condenaram-se, mas quem sou eu para os julgar? Cada um sabe de si e o outro sabe de todos, seja o outro quem for.
Dormi o dia todo, com algumas breves interrupções para comer (e agora esta, mais longa, das compras e do jantar). Não devo estar a exagerar quando falo de cansaço. A verdade é que já estou a abrir a boca de sono outra vez.
Bom bom é mudar de casa. O N. começa a sair-me pelas orelhas.
A dor de cabeça também. Veio para ficar, a cabra. Ainda por cima não tenho paracetamol, coisa que a assusta como um tiro os pombos.
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A senhora que eu queria traduzisse o meu livro não quer fazê-lo. Não se identifica com a coisa. Preciso de encontrar alguém de língua materna francesa que conheça bem Portugal e escreva bem. S. diz-me que não vai ser fácil. Que se lixe. Quem gosta de coisas fáceis?
Eu, não por gosto mas por estar cansado das difíceis.
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Para além de passear os cães, gatos, caracóis e lagartixas de companhia, o governo espanhol autoriza-nos a sair de casa para ir trabalhar.
A ver se amanhã tenho os dois I. a bordo. Só vou poder ter um de cada vez, que o espaço é contado.
Aposto no I. búlgaro...
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"Stay the fuck home" é muito bonito, mas há ali qualquer coisa que me escapa.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.