14.5.20

Relativismo(s)

Voltou a chuva e com ela o frio. Um frio relativo. Vinte graus centígrados não é propriamente a Antárctida mas nisto como em tudo, tudo é relativo. Pergunto-me se no amor também há relatividades e respondo: não. O amor é absoluto e amo a miúda que amo tanto ao meu lado como a duas mil milhas de mim, amo-a tanto sozinho como com outra mulher qualquer nos braços. Não há relativismos no amor como os há nas temperaturas, nos vinhos - o Carmenère que agora bebo, por exemplo, é magnífico, mas trocá-lo-ia por um Balanches em Mértola, por um Humagne em Genebra ou por um copo de água no mar. Este Carmenère é o melhor agora, enquanto chove e Sinatra canta. Dois remédios para o relativismo: Sinatra e um Perez Cruz de 2016 esplêndido, comprado por engano. Tudo tem remédio, no fundo. Até a solidão, diz o misantropo. Menos a solidão, diz o amoroso.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.