- Então não faça nada, até saber.
- Não brinque. O caso é sério.
- Se mo contasse? Assim poderia avaliar melhor. Isto é, seríamos dois a avaliar a seriedade da coisa, o que sempre é melhor do que ser só um. Ainda por cima, parte implicada. Mais do que implicada, produtora.
- Estou rodeado de idiotas.
- Todos estamos. Cada um é o idiota do outro, ad infinitum.
- Não é isso. Se fosse, não seria sério. Os meus amigos são idiotas. Vêm todos da adolescência. Enfim, quase todos. Escolhi-os de propósito: pensava ser idiota eu também. Sempre pensei. Mas agora chego aos quarenta e cinco anos e apercebo-me de que não sou tão idiota como pensei este tempo todo. Já não os consigo ouvir.
- Devia ter lido Lacan em jovem: "a estupidez é uma histeria. Basta uma pessoa saber-se estúpida para deixar de o ser."
- Doutor, preciso realmente de ajuda. Por favor, convença-me de que sou um idiota. Não quero perder os amigos de uma vida.
Muito bom!
ResponderEliminarDeixa-me rir: ahahah
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