Claro que este método de fazer turismo exige um pouco de prática e alguns critérios para a escolha do café onde se vai esperar pela cidade. Primeiro: grupo etário. Deve escolher-se o café que tenha a média de idades mais elevada, tanto de clientes como de empregados; segundo: vocabulário. Cafés que ostentem, clara ou escondidamente, as palavras gourmet, wine, food, taste, etc. são imediata e liminarmemte excluídos; terceiro: localização. O café deve ser central sem estar no centro. Os conhecedores sabem que os melhores locais não são aqueles por onde tem de se passar, mas sim aqueles onde se vai porque se sabe que lá estão. Mas não demasiado escondidos, porque se quer ver também os como nós forasteiros.
A escolha de um café para se ficar a conhecer uma cidade é um exercício delicado, um equilíbrio, um faro: há que ter o sentido do cheiro hipertrofiado. Cheiro metafórico, claro, não o olfacto.
Uma vez encontrado o ponto de vista, deseja-se ter acertado e espera-se. Se tiver sido bem escolhido, em uma ou duas horas e meia dúzia de copos de vinho conhecemos o sítio como se lá tivéssemos nascido. Ou quase.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.