15.7.20

Jogo do galo

Portugal é um país de castas. Sempre foi. Podemos imaginá-lo dividido por linhas horizontais: em cima a malta da massa, os cognoscenti (vasto grupo, que pode ou não ter guito ou poder mas se mexe nos meios de quem os tem), artistas do regime, etc. Em baixo o «zé-povinho», simultaneamente desprezado e desconhecido pelas camadas acima. No meio estão os do meio: já não são povinho mas ainda lhes falta uma geração, meia dúzia de zeros na conta bancária ou o «sucesso» (aspas porque detesto o termo) para ascender à linha de cima.

Não contente com esta estratificação, a esquerda decidiu acrescentar outra, baseada na cor da pele, no sexo, na etnia - em tudo o que possa fazer de alguém «uma minoria». Estas clivagens organizam-se  verticalmente. Resultado: temos um país que parece aquele jogo das cruzinhas e dos círculos, no qual é praticamente impossiel ganhar ou perder.

(Cada um dos quadrados subdivide-se ainda em quintinhas, mas isso fica para depois.)

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