Lisboa, de «cidade branca» - apodo tolo - a «cidade triste» (injusto).
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Nesta coisa em que Lisboa se transformou e na qual não é fácil reconhecer-me, sobrevivem ilhotas, oásis, pontos de beleza, cabeços de amarração. O Tambarina é um deles. Quando chego está desoladoramente vazio (menos qundo saio). É-me doloroso vê-lo assim. Mas o Domingos é o mesmo, a cachupa não sei porque ainda não chegou (é).
- Ando longe, Domingos - digo-lhe.
- Não faz mal. Longe ou perto estamos aqui.
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Gosto de Lisboa aos pontos, como antigamente tínhamos os hurricane holes, portos (normalmente, golfos) nos quais nos devíamos refugiar em caso de ciclone. Ainda hoje os temos.
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Máscaras e palermas em todo o lado. Por muito que saiba que não há relação de causalidade entre eles, que não pertencem juntos, they don't belong together, à força de os ver juntos é difícil distingui-los.
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O nó do problema, como sempre, está em mim: convivi tanto tempo com esta gente afável, polida, hospitaleira que hoje se mascara, põe gel nas mãos de cinco em cinco minutos e não hesita em denunciar quem não usa máscara? Comprava e lia estes jornais que hoje se revelam infames? Esta gente adorável não passa de um bando de cobardolas e bufos? (Mas isso já sabias, estúpido.)
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Tantas mamas tão jovens e tão bonitas por essa cidade. A sorte que têm os meus compadres mais novos. Posso estar enganado, mas enquanto a humanidade produzir mamas assim, nada mudará radicalmente. Não há feminismo nem correcção política nem ambientalismo, animalismo, wokismo que resista a um par de mamas bem feitas num par de mãos bem treinadas. Ou ansiosas, se souberem controlar-se e pensar que é para as mamas e respectivas donas que trabalham, não para si e respectivos donos.
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Esta Lisboa na qual não quero viver... Não é que queira viver no campo, não é isso. Quero mudar-me para outro mundo.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.